quinta-feira, 16 de maio de 2013

A farsa de políticos alemães contra a austeridade

Manifestação contra a austeridade em Lisboa
Confesso a minha perplexidade em relação a este título do 'Público': 
A Alemanha junta-se ao coro de críticas contra a austeridade das troikas 
 
Independentemente das 'troikas', das responsabilidades da Comissão Europeia - e sou assumido adversário de Barroso, a quem estão a fazer a cama - seria bom esclarecer quem são estes alemães, a que o 'Público' se refere. Não devem ser militantes da CDU, partido da Sra. Merkel e do Sr. Schäuble. Ambos tem insistido na inclemência de aprofundar as medidas de austeridade contra os povos do Sul - ainda em Novembro passado, a chancelerina pedia mais cinco anos de austeridade e esforços e há poucos dias incitava ao aumento do grau de austeridade imposta a gregos e cipriotas.
De facto, cria-me muita estranheza a indignação de significativo número de políticos alemães contra a austeridade, a ponto da atitude merecer destaques jornalísticos. Quem são eles? O que tencionam fazer para inverter o caminho que está a conduzir milhões de europeus ao desemprego, à pobreza e mesmo à miséria? Uma desconstrução do Estado Social e dos direitos de cidadania que não se imaginaria possível na Europa do Século XXI.
Este tipo de notícias, como outras, fedem, e de que maneira!, a grande farsa.
A propósito, ocorre-me citar o que Rebello Castro escreveu há tempos no 'Brasil Económico'
Na procura por um gênero teatral que melhor expressasse o que passa nos mercados e na política europeia neste momento, a "farsa" - misto de comédia e crítica social dos comportamentos desviantes - me pareceu o tipo de representação mais plausível de uma realidade ao mesmo tempo apavorante e burlesca.
Vivemos, de facto, um tempo em que influentes políticos europeus se dedicam a um tipo de representação teatral, a farsa, que apavora e é pérfida. E muito, muito, muito desumana, obviamente.
 
 

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