Alegoria à S&P |
Zona Euro melhora, mas Portugal não
Ui, a coisa está feia! Anda o
governo a ufanar-se de resultados alcançados na meta do défice de 2013; a
polvilhar-nos de entusiasmo do início de retoma económica; a propagandear sucessos de
idas ao mercado de capitais com taxas mais reduzidas… e, de um momento para o
outro, vem a agência de ‘rating’ Standard
& Poors divulgar que, no fim de contas, Portugal não está assim tão
bem. Bolas! Coitado do Camilo Lourenço. Ficou completamente despenteado – as figuras
a que um individuo está sujeito, por ser activo apoiante de P&P, sociedade
de governantes.
Ser como a Irlanda ou a Grécia,
outro equívoco – de ‘PIIGS’ passámos a ‘PIB’
Não há mal que sempre dure, mas
em certos casos perdura. Ainda ontem, e convictamente, escrevi neste
‘post’ que não somos a Irlanda nem a Grécia (ver frase sobre fundo
amarelo), a propósito dos diferenciais das nossas taxas de juro em relação aos
dois países. Da Irlanda, que beneficia de taxas bastante mais baixas, estamos a
léguas.
De súbito, e de moral desfeita
porque da infelicidade da maioria dos portugueses se trata, vem a Standard
& Poors que diz coisa parecida e outras ainda piores. Emitem o parecer de
que a Zona Euro tem perspectivas de recuperação limitada em 2014, precisando:
·
Irlanda e Letónia poderão beneficiar de revisão
em alta da notação de ‘rating’.
·
Um grupo de 13 países deve manter a notação.
·
Portugal, Itália e Bélgica sofrerão de revisão
em baixa.
Portugal,
Itália e Bélgica, imagine-se! De PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e
Espanha) passamos a PIB (Portugal, Itália e Bélgica), acrónimo coincidente com
o do Produto Interno Bruto. Até se fica com a sensação de
que estão mesmo a gozar connosco. Destruíram a ‘periferia’, substituindo-a por
os vértices de uma espécie de triângulo isósceles. Da geografia passamos para a
geometria, sem exames do modelo ‘crato’ ou ‘cretino' – deixo à vossa opção.
Que
dirá Cavaco?
Logo a seguir à
sincera preocupação com o País e às aldrabices buriladas do governo,
salta-me a inquietação de como reagirá Cavaco a esta tragédia. Na obsessão pelo
estado emocional e reacção do PR, antevejo várias hipóteses. Porém, as que me
merecem mais atenção são: ou homem desata a dar uma lição de ‘finanças públicas’
aos meninos da S&P ou poderá emocionar-se e vir a sofrer de uma apoplexia,
como diria o Eça.
Sim, é bom
lembrar que as agências de ‘rating’ deixam Cavaco em tal estado que, com algum
tempo de intervalo, é capaz de afirmar uma coisa e o seu contrário – veja-se a
reacção de 2010, favorável às agências, e a de
2011, desfavorável.
Portugal
transformou-se em manicómio
Com a classe
política existente, salvo raras figuras e algumas em fuga, o governo e seus
apoiantes, o presidente Cavaco e os ‘Camilos Lourenços’ que por aí escrevinham
disparates, tudo associado a um enorme grupo de cidadãos em depressão provocada
pela crise, Portugal está, de facto, transformado em verdadeiro manicómio.
Safam-se os que de cá se safam, emigrando.
Caro Carlos Fonseca, este post tem direito a caixilho.
ResponderEliminarCaro Adelino Ferreira,
EliminarÉ um caixilho para o 'post' e um caixão para mim. Estes gajos andam a matar-me aos poucos. A mim e a muitos, muitos mais.
Um abraço