O ‘Público’,
tendo por fonte o Eurostat,
anuncia a queda da taxa de desemprego em Portugal para 15,4% em Dezembro de
2013, i.e., menos 0,1% do que no mês anterior (15,5%). Há um ano, as
estatísticas daquele organismo europeu indicavam uma taxa de 17,3%.
A mesma notícia refere que, no
que respeita ao desemprego jovem, ou seja, indivíduos com menos de 25 anos, a
percentagem também caiu 0,3% em Dezembro de 2013 para 36,3%.
Claro que a euforia governamental
é imensa, mas em simultâneo um logro. Se, de facto, temos ligeiros aumentos de
actividade económica, o investimento está abaixo de insípido e embora em menor
número continua a registar-se considerável número de insolvências, quais as
causas da redução do desemprego?
Reconhecido por diversas entidades
credíveis, desde 2011 emigram do país 120.000 cidadãos por ano – à média de
10.000 mensal – é natural e lógica a diminuição daqueles que estão nas
condições do Eurostat para serem contados como desempregados; condições essas a
seguir enunciadas:
- sem trabalho durante a semana de referência (da estatística, acrescento);
- disponíveis correntemente para o trabalho, i.e. estiveram disponíveis para um emprego remunerado ou para auto-emprego antes do final das duas semanas seguintes à semana de referência;
- procuram activamente emprego , i.e. cumpriram diligências específicas no período de quatro semanas terminado na semana de referência a procurar emprego remunerado ou a criar auto-emprego semanalmente ou obtiveram trabalho para iniciar mais tarde, i.e. dentro de um período máximo de três meses.
Com efeito, no caso português, e tendo
em conta o fluxo contínuo e massivo de emigrantes, sobretudo jovens, é
impossível garantir que as quebras, aliás limitadas, reflictam a criação de
postos de trabalho no país. Por sensibilidade fundamentada, o desemprego tem
sido reduzido à custa da emigração, em especial de jovens e a maior parte deles
com níveis de habilitações elevados – são aqueles que “deixam a zona de
conforto”, como disse o imbecil ex-ajudante Mestre e foi ratificado pelos
intrujões Relvas e Passos.
A fim de ser avaliado com
seriedade, e sem que sirva de instrumento eleitoralista de quem quer que seja,
é exigível que se quantifique a influência do fenómeno da emigração na descida dos
números de quem, em Portugal, procura emprego. Pela minha parte, conheço 12
jovens saídos do país desde há menos de um ano; ainda a 16 de Janeiro, um arquitecto, sua mulher (decoradora de interiores) e uma filha de 2 anos
rumaram ao Canadá. A ideia deles, como a de outros, é não regressar a Portugal
tão depressa, mesmo de férias.
Sob as políticas de Passos e Portas, vivemos a época
da expulsão dos jovens e da exterminação dos idosos, esta de forma lenta ou se
possível rápida, mas sempre muito desumana. (Adenda: por erro lamentável, usei no título o ter imigração em vez de emigração; as minhas desculpas)
A população ativa estagnou a partir do momento que o desemprego começou a descer. Assim, a haver emigração gigantesca (que houve em 2012, mas tudo indica que parou), há outros fatores a aumentar a população ativa.
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