terça-feira, 10 de março de 2015

Um vai partir, outro pode chegar

Sobre Cavaco, PR não-político e no termo da rodagem do Citroën já escrevi, parte, repito parte, do que sinto - repulsa, em termos gerais.
Do que nos pode chegar, há Marcelo e Santana, cujos discursos são bem mais esclarecedores do que quaisquer palavras minhas.
Entretanto, do território 'rosa', tem-se focado a probabilidade da candidatura de António Vitorino. Um polivalente, com 12 ocupações profissionais remuneradas:
 'Sócio da sociedade de advogados Cuatrecasas, presidente da Assembleia-Geral da Brisa, presidente do Conselho Fiscal da Siemens Portugal, presidente da mesa da Assembleia Geral da Novabase, presidente da mesa da Assembleia Geral do Banco Santander Totta, presidente da mesa da Assembleia Geral  da Finpro SPGS, vogal não executivo do Conselho de Administração dos CTT... e, além destes, venham mais cinco que pago já, do branco ou do tinto, como cantava o Zeca.'
Em entrevista ao Jornal de Negócios, Vitorino argumentava:
 “Em Portugal as pessoas acham que ganhar dinheiro é pecado, há ainda uma costela judaico-cristã muito forte. Quem deu 25 anos da sua vida à causa pública tem alguma autoridade para perguntar o que fizeram pelo país os que atiram essa pedra”.
A "causa pública", no caso dele e de outros mais, é uma coutada privada de privilégios de minoria social, os políticos de sucesso. Ter 12 empregos bem remunerados paga-se, no final das contas, com cerca de 2.000.000 de pobres e desvalidos da sociedade; ou seja, 1/5 da população portuguesa. Traduz o preço da desigualdade banalizada nos tempos modernos, ao qual, aqui sim, se aplica a teoria da 'banalidade do mal' de Hanna Arendt.
Eu e muitos outros também fizemos algo pelo país e nunca atirarei a Vitorino qualquer pedrada. Coitada da pedra, que de xisto se transformaria em pó. 

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