quinta-feira, 22 de maio de 2014

A trucagem de títulos jornalísticos

O ‘Público’ online, sob assinatura de João Pedro Pereira, publica uma notícia com o título:
‘Exportações cresceram 2,6% no primeiro trimestre’
Iniciamos naturalmente a leitura pelo 1.º parágrafo e o texto começa por dizer-nos:
“Subida das importações foi superior ao aumento das vendas ao estrangeiro.”
Continuamos a ler o mesmo texto que, em parágrafos intermédios, se dissocia do destaque do título e terminamos com um último parágrafo magistralmente contraditório relativamente a esse famigerado título:
“O défice comercial no trimestre foi de 1005 milhões de euros, acima dos 386 milhões observados no período homólogo.”
Sou assinante do ‘Público’, por entender tratar-se de um jornal  na maioria dos casos respeitador de normas de independência, sem dispensar a pluralidade e o contraditório entre autores de artigos de opinião. Se estou de acordo com Pacheco Pereira, obviamente que me oponho às dissertações de João Carlos Espada… e por aí adiante.
O que julgo intolerável, no âmbito de obrigações éticas e deontológicas, é justamente no estrito domínio noticioso haver manipulações pela via da trucagem (= emprego de truques na realização de qualquer coisa), com fins aparentes de favorecimento partidário.
Uma vez respeitada a ‘liberdade de expressão’, é obrigatório noticiar e titular o conteúdo de notícias com rigor, sem facciosismo de qualquer espécie. Ou então teremos os jornalistas do ‘Público’ em doce cumplicidade com a Helena Matos e outros autores do blogue ‘Blasfémias’.
Se se tratasse de outro jornal e do ‘Jugular’, próximo do PS, diria exactamente o mesmo.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

O que estes – e outros fazem – para obter os ‘tachos do PE’

Já os vi, via TV, a navegar em moliceiros e outro batel, denominado ‘Verónica’. Quem é a Verónica? Nuno Melo, Paulo Rangel? Que relação tem um passeio em moliceiro e outro na ‘Verónica’ com as ‘eleições europeias’, de uma Europa progressivamente a afundar-se e de um euro indissolúvel? Provavelmente que o ambiente é muito fluído, volátil e que a água, fonte da vida, é também factor da morte. Mesmo colectiva.
Também os topei ao lado do sabichão Marcelo, reclamando os votos na coligação para eleger Juncker. Rangel e Melo que se lixem! Passos Coelho não reagirá à aleivosia, aos fundamentos da filosofia política do populismo, nem renunciará à profunda reflexão do princípio sintetizada pela frase  as eleições que se lixem”. Desde que a ‘saída limpa’ seja nublosamente coberta de sujidade, isso é vital para o País.
A anedota Rangel e o rufia Nuno Melo certificaram, sem hesitações, o discurso de Marcelo e os pensamentos de Freitas do Amaral; por exemplo:
No fundo, confessado entre fanáticos, ignaros e amigos, admitem temer uma derrota histórica, por vitória do PS. A merda é a mesma, mas não há lugares para tantas moscas. Os “tachos no PE” exigem são limitados.

O BES, demasiado salgado, é produtor de perigosas bactérias financeiras

Há mais de um ano escrevi este ‘post’ a propósito de Ricardo Salgado, do BES e da influência nociva do ilustre cavalheiro e do banco a que ainda preside.
Como réplica, recebi a resposta telefónica de um tal Paulo Padrão (a quem chamei Paulo do Patrão), propondo conhecer-me pessoalmente em tons ameaçadores.
Há muito, e não é difícil, inferi do papel tenebroso de Salgado – é a classificação mínima que lhe posso atribuir – na Economia Portuguesa. Com cerca de 400 empresas no universo, da Escom (Angola) aos consórcios das PPPs das vias rodoviárias à saúde, que o grupo BES exerce sobre a economia nacional uma influência lesiva dos interesses nacionais,
A Economia Portuguesa, por braços armados de Governos, chamem-se Manuel Pinho (ex-ministro de Sócrates) ou Miguel Frasquilho (actual presidente da AICEP e ex-deputado do PSD) saí sempre perdedora – os interesses públicos foram atingidos de forma infame, em detrimento do interesse nacional, dos cidadãos trabalhadores que, mesmo os emigrantes, sofrem os efeitos de uma calamidade social que só encontra paralelo nos tempos da ‘Grande de Depressão’ e na era da I Guerra Mundial que a antecederam.
Várias vozes se ergueram e reclamaram o ilegítimo de grupos privilegiados, sendo sintomático que Rita Ferro, uma mulher afastada da esquerda e conhecedora dos meandros e pergaminhos da família Espírito Santo, se tenha também rebelado contra Ricardo Salgado.   
Mais tarde ou mais cedo, independentemente da tradicional complacência perante poderosos, e sobretudo banqueiros, do ‘sistema de justiça nacional’, a verdade é um incontrolável dilúvio, difícil de combater e muito menos ignorar.
O ‘Público’ anuncia:
Mais palavras com que fim? Os relatos do Banco de Portugal e da CMVM são instrumentos suficientes para deixar sem palavra todos os ‘Paulos do Patrão’ do BES… desde que as entendam, claro.

terça-feira, 20 de maio de 2014

As eleições europeias

A respeito dos resultados esperados, segundo opiniões abalizadas e abundantes, parece haver apenas um sólida certeza: a abstenção sairá vencedora, e não apenas em Portugal, sublinhe-se. Na UE, há mesmo a expectativa de uma quebra de participação que conduza a mais de 43% de abstencionistas, até agora o máximo histórico na totalidade dos países que integram a União.
Pessoalmente, lamento a recusa da participação eleitoral. No que respeita a Portugal, onde se espera serem atingidos números acima de 60%, o fenómeno presta-se a justificações, umas eventualmente especulativas, mas outras, a maioria, são consistentes e derivam de condições concretas:

  • ·      Os partidos mais europeístas, PS e PSD, e o flutuante CDS-PP jamais cuidaram de usar uma pedagogia duradoura e eficaz sobre o historial e os objectivos do ‘projecto da EU’, chegando ao ponto da ligeireza e superficialidade na elucidação dos cidadãos e mais lamentavelmente à iniciativa de os afastar de opções de fundo – a deliberação de não referendar o ‘Tratado de Lisboa’ é apenas mero exemplo;
  • ·        Desencadeada a crise, fruto essencialmente de factores externos, a realidade europeia através da política de austeridade da troika (FMI, CE e BCE) representou para centenas de milhares de portugueses - ou mesmo milhões em certos domínios – penosa quebra de rendimentos, o desemprego, a emigração de jovens e outros cidadãos qualificados, o corte de benefícios sociais nas prestações pecuniárias a carenciados, na saúde e no ensino, tudo factores a alimentar sentimentos anti-UE.
  • ·     A campanha eleitoral dos partidos do governo tem-se concentrado na baixa política, com um candidato ‘laranja’ que se repete desmedidamente em acusações e populismos e um parceiro com ar de rufia de frases soltas; ambos sem uma única ideia sobre o projecto europeu que realmente defendem para contrariar o directório da D. Merkel e as divagações do Sr. Draghi e consequentemente do BCE que têm conduzido a uma crise sem fim à vista e, por muito que escondam, não se limita aos outrora ‘PIIGS’ e hoje mais comummente ditos periféricos.
  • ·           O PS, acossado pela índole dos ataques internos às políticas que executou no passado, também não mostra capacidade de ultrapassar as polémicas domésticas e falar com clareza do tipo de projecto europeu por si proposto e que, infelizmente e seja ele qual for, se encontra manchado pelo ‘Tratado Orçamental’ aprovado por Seguro e suas hostes.
  • ·         BE e PCP, feitas as contas, são os mais assertivos nas propostas, mas, é sabido e uma plêiade de comentadores tendenciosos ajudam à exclusão, estão debilitados para obter do eleitorado uma representatividade minimamente significativa.  
De tudo isto, resulta que as eleições europeias não passam de uma espécie de balão de ensaio para as legislativas para o próximo ano, sem nenhum enquadramento estratégico compatível com a necessidade de alterar profundamente a sujeição à Alemanha e seus aliados, os novos sudetas holandeses, finlandeses e austríacos.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

EUROPA - um excelente artigo do ‘Huffington Post’ (Tradução)

Autor: Robert Kuttner, em 18 de Maio de 2014
Título original: The Road to Euro-Fascism

Título adaptado em português: O Caminho para o Euro-Fascismo

Como a depressão da Europa continua seis anos após o colapso financeiro de 2007-2008, o relógio funciona para partidos de extrema-direita obterem grandes ganhos nas eleições desta semana para o Parlamento Europeu da UE. E porque não? O posicionamento dos partidos do centro-direita da Europa e do centro-esquerda têm de aplicar políticas de austeridade e os interesses dos bancos à frente de uma recuperação económica real para os cidadãos normais.
Há mais de 20 anos atrás, quando a União Europeia criou a sua constituição sob a forma do Tratado de Maastricht, a esperança era de que a Europa representava um tecido social compacto para colocar os cidadãos em primeiro lugar. A Europa, especialmente no norte da Europa, era um modelo de salários decentes, benefícios sociais universais e regulação que impediam a riqueza de inundar a cidadania.
Hoje, no entanto, governos centristas ou de centro-direita, que patrocinam a austeridade ou aprovam isso, governam em todas as principais capitais europeias como França, e a França é demasiado fraca para seguir o seu próprio caminho. A crise económica com a sua elevada taxa de desemprego só estimula mais migração, o que coloca pressão sobre os mercados de trabalho locais e empurra a classe trabalhadora local ainda mais para os braços da extrema-direita nacionalista.
Na Europa, os partidos protofascistas são anti-imigrante, anti-Islão, anti-semita e anti-europeu e anti-União Europeia e constituem agora o segundo ou terceiro maior festival num cinto de sociedades anteriormente liberais que se estende desde a Noruega e Finlândia aos Países Baixos e França. Na Hungria, onde o antidemocrático nacionalista partido Fidesz já governa, vence o partido mais extremista Jobbik que está a conseguir ainda maiores ganhos.
Já estivemos aqui antes, claro. O fascismo Europeu foi alimentado em clima de elevada taxa de desemprego e ortodoxia económica. Após a segunda guerra mundial, as elites da época estavam mais preocupadas com a sustentação de valores da moeda e cobrar dívidas de guerra do que com a condição real da economia.
As democracias perderam legitimidade com o seu povo. Quando a estagnação da década de 1920 se agravou na profunda depressão da década de 1930, as pessoas desistiram de democracia.
Grandes bancos e empresas, em lugares como a Alemanha nazista e a fascista de Itália, gostaram do colapso da democracia. O fascismo clássico estava em aliança com um estado autocrático, elites financeiras e desesperadas pessoas comuns, que trocaram o ultranacionalismo pelos caprichos da democracia que não estava a servir para eles.
Se isso parece familiar, está a ser repetido hoje. A liderança política da Europa, o Banco Central Europeu, sob o comando da Chanceler alemã Angela Merkel, colocam as necessidades dos bancos em primeiro lugar e por último as pessoas. Ainda não temos o fascismo alarmante, mas temos as pré-condições.

O despesismo

Paulo Rangel, a quem, na campanha eleitoral europeia, já ouvi referir mil vezes o despesismo socialista, ao menos, por princípio de coerência, deveria estar igualmente perturbado e revoltado com os 1,2 milhões gastos no combóio ‘Celta’, de Julho de 2013 (arranque) a Março último. A expectativa é de que, em Agosto próximo, o prejuízo será de 2 milhões. A linha foi inaugurada pelos governos de Portugal e Espanha, através do ex-ministro Álvaro dos Santos Pereira e da sua homóloga espanhola, Ana Pastor.
O citado combóio liga Porto a Vigo, e vice-versa, em 2h15, sem paragens além das impostas por transitar em linha única, o que equivale a uma velocidade média de 50 km / hora. Também em média, transportou 26 passageiros por viagem.
Sou defensor do comboio com meio preferencial de transporte, reconhecendo que a existência de ligações devem ser consideradas um investimento social, quando o grau de utilização é equivalente àquele, por exemplo, existente à volta das cidades de Lisboa e Porto, ou mesmo o serviço ‘Alfa’. Ou então, por necessidades impostas pelo isolamento.
É, porém, muito recomendável fazer a natural avaliação de investimentos em novas linhas, em função da extensa e exagerada rede de auto-estradas criada e os indicadores de mobilidade dos cidadãos, afectada naturalmente pela crise, o envelhecimento e o incremento dos fluxos de emigração em expansão.
Quando os níveis de procura de bens e serviços registam refluxos, além de mais aguda reflexão das condicionantes do investimento em infraestruturas, talvez fosse mais curial a manutenção de outras, como algumas que o PET (Plano Estratégico de Transportes) encerrou, sob a alegação de falta de utilizadores.
O despesismo do ‘Bloco Central’ funciona nos moldes de um jogo de ténis: “agora bato eu, depois bastes tu…” e é esta pancadaria incessante iniciada desde Cavaco que tem debilitado o País e as nossas vidas. Tanto faz que o político seja Rangel, como Manuel. O nome identifica o individuo, mas não o carácter e muito menos a seriedade política.  

domingo, 18 de maio de 2014

O corpo dos ‘Sapadores Empresariais’

No âmbito e objectivos da célebre obra ‘Caminho para o Crescimento’ – há quem prefira designá-la por ‘The Road to Growth’, sempre é mais fino – é intenção do governo incumbir o Banco de Portugal de um sistema de alertas para empresas em risco de falir.
Caso o BdP recorra a uma estrutura de alarmes e sirenes, haverás zonas do país inundadas de luzes intermitentes e de ruídos ensurdecedores; outras, em especial no vasto e abandonado interior, os poucos cidadãos continuarão entregues à escuridão e ao silêncio de idosos.
Bom! Temos a obrigatoriedade de afugentar a ‘pieguice’. O governo é neoliberal, conservador ao estilo do movimento norte-americano ‘Tea Party’, sendo nosso dever usar, por momentos, as lentes do populismo da propaganda oca mas pretensamente impressiva; não olhar a questões de humanismo e alinharmo-nos, o mais possível, pelo frio e tecnocrático pragmatismo de quem nos (des)governa e de um dos seus aliados de eleição, o FMI.
Esta do Banco de Portugal, a tempo, alertar as empresas em risco de cair na insolvência, através de um “corpo especializado de sapadores”, é uma ideia brilhante, susceptível de estar apenas ao alcance de cérebros muito, muito iluminados. Merecia o ‘Nobel’!
Todavia, de tão brilhante e profunda, a interpretação da ideia nos seus efeitos práticos torna-se difusa na luz, nos sons e nos resultados. Capaz de causar perturbadoras e legítimas dúvidas.
Independentemente dos casos de gestão incompetente ou mesmo danosa, as empresas, na vasta maioria, desenvolvem a actividade em função dos níveis de procura para os bens e serviços que produzem; ou então, dependem de centros de decisão externos, sujeitando-se essa actividade a orientações externas; no limite e com frequência, chegam ao encerramento por deslocalização das unidades produtivas.
A insolvência, na maioria dos casos, é um processo de degradação progressiva. Umas vezes, os empresários alimentam expectativas de que, mais cedo ou mais tarde, conseguem o ultrapassar as dificuldades. Outras vezes, o desenvolvimento é de tal intensidade e imposto por condições de mercado que, por atrofia, dificilmente logram vencer – as políticas macroeconómicas governamentais, variáveis naturalmente exógenas, são insuperáveis, nomeadamente quando há quebra de rendimentos e consequentemente da procura interna. Os mercados externos, como está demonstrado, estão sujeitos a factores incontroláveis.
Nas causas das falências, há, pois, que tomar em consideração os efeitos destrutivos do encerramento, por deslocalização, de unidades fabris estrangeiras que, na melhor das hipóteses, se transformam em entrepostos de produtos importados com uma redução mais do que drástica do emprego. Os efeitos no comércio local, da restauração a lojas de tipo diverso, são devastadores em termos de insolvências. Isto em acréscimo a fornecedores de bens e serviços convertidos em desnecessários – transportes, parte das matérias-primas, materiais de embalagem e outros componentes do processo produtivo.
O fenómeno de insolvência, ao contrário de actividades médicas, em grande parte não se cura com medidas preventivas e muito menos com cuidados paliativos.
A Economia Portuguesa, sofre de problemas estruturais graves que este governo adensou, sendo irrealista confiar que o sistema de ‘sapadores empresariais’ do BdP possa combater uma degradação empresarial, produto, na generalidade dos casos da subordinação à globalização e a um projecto lesivo e incoerente da criação do euro, fiscal e economicamente disforme. Portanto, incapaz de criar um modelo de integração e equilíbrio entre os países da Zona Euro, ou mesmo na UE28, que sirva de solução para a coesão económica e social tão apregoada quando da assinatura do ‘Tratado de Maastricht’, que ainda há dias o “sapiente incipiente” Cavaco, como subscritor, elogiou como o caminho seguro da salvação de um País que há 3 anos começou na tal bancarrota, da qual ainda hoje não estamos libertos. Basta continuar a ouvir a ameaça do 2.º resgate.
Esta gente do governo não serve para governar e também demonstra falta de condições e perfil para ‘bombeiros voluntários’. É especializada na demagogia e em iludir os governados. 

A frase do ano!

Chegou-me através de uma amiga (MJC), mas não resisto a publicar:

O registo de humor não anula a triste realidade do caminho mais fácil das farmacêuticas na direcção do lucro. Em correspondência, aliás, a desejos de exibicionismo e prazeres pessoais que, característicos da perversidade e da superficialidade da vida humana, levam laboratórios e as sociedades em que vivemos a desprezar sérios problemas patológicos incuráveis e destruidores dessa mesma vida. E qualquer de nós não pode garantir estar livre de cair nas complexas malhas do Alzheimer.
Drauzio Varella é, de facto, uma figura muito prestigiada no Brasil, como oncologista, cientista e escritor. Vale a pena reflectir nos seus pensamentos.

sábado, 17 de maio de 2014

O provincianismo e as falácias planfetárias

O Conselho de Ministros (CM) realizou hoje a burlesca reunião do fim do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF), o que não corresponde de forma alguma a uma ‘saída limpa’, mas na verdade ao tipo de ‘saída condicionada por poderosos parceiros do Norte da Europa, sob o comando da Alemanha’; muito menos à ‘saída da troika’ – até reembolsarmos 75% do empréstimo ao tenebroso triunvirato, 2030, Portugal estará sujeito a vigilância permanente e, portanto, não se ficará limitado ao controlo das propaladas visitas semestrais. O Ministério das Finanças será anfitrião de visitas frequentes de técnicos de segundo plano do FMI & Cia..
Agora, depois do PAEF e das gravosas medidas que lhe adicionou, o governo de Passos Coelho persiste em ludibriar os portugueses com o topete de que o País atingiu um estado de regeneração económico e financeiro sublime. Falso, profundamente falso.
A pobreza e milhares de famílias na miséria, que é a expressão mais dramática dos pobres, aumentaram; o tecido económico sofreu a destruição causada pelas políticas governamentais, as quais, em síntese, assentam na absurda e carregada de ligeireza estratégia de fazer aumentar as exportações, a todo o vapor.
No fundo, saliente-se, os resultados das vendas ao exterior dependem em parte substancial de dois operadores, AUTOEUROPA e PETROGAL, sucedendo que esta última, em termos de VAN – Valor Acrescentado Nacional ainda é mais incipiente do que a primeira. A contracção reflectida na quebra de – 0,7% do PIB do 1.º T deste ano é elucidativa e a AUTOEUROPA já desmentiu o governo.
É neste ambiente restritivo da capacidade de oferta ao exterior – importamos petróleo, exportamos vinho - que Portugal se confronta com dificuldades, das quais levaremos duas décadas a erguer-nos. Dependemos muito das políticas da política monetária da Zona Euro de onde, come se sabe, sopram ventos erráticos, susceptíveis de serem contra a corrente do nosso desenvolvimento socioeconómico e a favor das potências nortenhas.
Pouco há acrescentar a este role de infortúnios quanto ao conteúdo que é facilmente imaginável. Talvez possamos denunciar actos periféricos: o provincianismo do Sr. Moedas a exibir o documento em inglês, “The Road to Growth”.  Curiosamente, as traduções do ‘Memorando de Entendimento’, esta feita no blogue “Aventar”, e outras de documentos em inglês do FMI neste meu modesto blogue comprovam-no. Só tardiamente ou nunca, as autoridades portugueses entenderam divulgar em português os conteúdos de documentos fundamentais.
Por último, é imperativo destacar a seguinte afirmação do Sr. Moedas:
Este último período é a súmula das anacrónicas falácias planfetárias do governo, porque ‘os portugueses querem justamente voltar para trás’: nos salários e reformas da função pública, nas pensões do sector privado, na tributação de impostos, IRS e IVA, nas leis laborais, na taxa de desemprego, na dívida externa do País e em outros aspectos que este vídeo refere.
Sr. Moedas, como vê, não se trata de questão de trocos... 

sexta-feira, 16 de maio de 2014

O "sucesso da troika", contado pela Rádio Renascença

De facto, não se trata de um vídeo do BE ou de órgão de informação afecto ao PCP. É, pura e simplesmente, uma narrativa da Rádio Renascença do "desvio quase colossal da troika" que - acrescento eu - provavelmente a coligação governamental vai comemorar no Conselho de Ministros do próximo dia 17 de Maio:


Elucidativo da competência do Coelho, do Portas, da Albuquerque e infalivelmente do 1.º homem da 'troika', o caricato Gaspar.