quinta-feira, 22 de maio de 2014

A trucagem de títulos jornalísticos

O ‘Público’ online, sob assinatura de João Pedro Pereira, publica uma notícia com o título:
‘Exportações cresceram 2,6% no primeiro trimestre’
Iniciamos naturalmente a leitura pelo 1.º parágrafo e o texto começa por dizer-nos:
“Subida das importações foi superior ao aumento das vendas ao estrangeiro.”
Continuamos a ler o mesmo texto que, em parágrafos intermédios, se dissocia do destaque do título e terminamos com um último parágrafo magistralmente contraditório relativamente a esse famigerado título:
“O défice comercial no trimestre foi de 1005 milhões de euros, acima dos 386 milhões observados no período homólogo.”
Sou assinante do ‘Público’, por entender tratar-se de um jornal  na maioria dos casos respeitador de normas de independência, sem dispensar a pluralidade e o contraditório entre autores de artigos de opinião. Se estou de acordo com Pacheco Pereira, obviamente que me oponho às dissertações de João Carlos Espada… e por aí adiante.
O que julgo intolerável, no âmbito de obrigações éticas e deontológicas, é justamente no estrito domínio noticioso haver manipulações pela via da trucagem (= emprego de truques na realização de qualquer coisa), com fins aparentes de favorecimento partidário.
Uma vez respeitada a ‘liberdade de expressão’, é obrigatório noticiar e titular o conteúdo de notícias com rigor, sem facciosismo de qualquer espécie. Ou então teremos os jornalistas do ‘Público’ em doce cumplicidade com a Helena Matos e outros autores do blogue ‘Blasfémias’.
Se se tratasse de outro jornal e do ‘Jugular’, próximo do PS, diria exactamente o mesmo.

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