O Conselho de Ministros (CM) realizou
hoje a burlesca reunião do fim do Programa
de Ajustamento Económico e Financeiro
(PAEF), o que não corresponde de forma alguma a uma ‘saída limpa’, mas na verdade ao
tipo de ‘saída condicionada por poderosos parceiros do Norte da Europa, sob o
comando da Alemanha’; muito menos à ‘saída da troika’ – até reembolsarmos 75% do
empréstimo ao tenebroso triunvirato, 2030, Portugal estará sujeito a vigilância
permanente e, portanto, não se ficará limitado ao controlo das propaladas
visitas semestrais. O Ministério das Finanças será anfitrião de visitas
frequentes de técnicos de segundo plano do FMI & Cia..
Agora, depois do PAEF e das gravosas
medidas que lhe adicionou, o governo de Passos Coelho persiste em ludibriar os
portugueses com o topete de que o País atingiu um estado de regeneração económico e
financeiro sublime. Falso, profundamente falso.
A pobreza e milhares de famílias na
miséria, que é a expressão mais dramática dos pobres, aumentaram; o tecido
económico sofreu a destruição causada pelas políticas governamentais, as quais, em
síntese, assentam na absurda e carregada de ligeireza estratégia de fazer
aumentar as exportações, a todo o vapor.
No fundo, saliente-se, os
resultados das vendas ao exterior dependem em parte substancial de dois
operadores, AUTOEUROPA e PETROGAL, sucedendo que esta última, em termos de VAN –
Valor Acrescentado Nacional ainda é mais incipiente do que a primeira. A
contracção reflectida na quebra de – 0,7% do PIB do 1.º T deste ano é
elucidativa e a AUTOEUROPA já desmentiu o governo.
É neste ambiente restritivo da capacidade
de oferta ao exterior – importamos petróleo, exportamos vinho - que Portugal se
confronta com dificuldades, das quais levaremos duas décadas a erguer-nos. Dependemos
muito das políticas da política monetária da Zona Euro de onde, come se sabe,
sopram ventos erráticos, susceptíveis de serem contra a corrente do nosso
desenvolvimento socioeconómico e a favor das potências nortenhas.
Pouco há acrescentar a este role
de infortúnios quanto ao conteúdo que é facilmente imaginável. Talvez possamos
denunciar actos periféricos: o provincianismo do Sr. Moedas a exibir o
documento em inglês, “The Road to Growth”.
Curiosamente, as traduções do ‘Memorando
de Entendimento’, esta
feita no blogue “Aventar”, e outras de documentos em inglês do FMI neste
meu modesto blogue comprovam-no. Só tardiamente ou nunca, as autoridades
portugueses entenderam divulgar em português os conteúdos de documentos
fundamentais.
Por último, é imperativo destacar
a seguinte afirmação do Sr. Moedas:
Este último período é a súmula
das anacrónicas falácias planfetárias do governo, porque ‘os portugueses querem justamente voltar para trás’: nos
salários e reformas da função pública, nas pensões do sector privado, na
tributação de impostos, IRS e IVA, nas leis laborais, na taxa de desemprego, na
dívida externa do País e em outros aspectos que este vídeo refere.
Sr. Moedas, como vê, não se trata de questão de trocos...
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