quinta-feira, 5 de julho de 2012

MNE contrata funcionário do CDS-PP–a €3,96 à hora?

Trata-se de óbvia nomeação  partidária que o imberbe João Almeida se apressou a classificar de ‘nomeação do governo’. As garotices do Almeida são triviais e às vezes prejudicam – o meu clube, Belenenses, foi vítima da irresponsável criatura.
Todavia, e mandando por ora o Almeida às urtigas, podemos reflectir: ou a nomeação do Carvalho é um acto de má-fé ou o Manifesto Eleitoral do CDS-PP de 2011 é uma pantominice ao declarar:
[…] um dos pontos-chave é a reforma do Estado, que "só se pode fazer com independência face ao clientelismo". "O Estado não pode continuar a ser colonizado e é urgente a instituição de uma cultura de mérito e de transparência" […]
O Diário da República ao citar expressamente a origem partidária do nomeado avoluma a contradição.
Para certos geómetras da política, tratou-se de uma operação elementar, longitudinal e paralela ao Tejo: o deslocamento do Carvalho do Caldas para as Necessidades.
O homem terá, portanto, novo local para fazer as necessidades e certamente não receberá apenas € 3,96 / hora como os enfermeiros contratados via MediSearch pelo Ministério da Saúde.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Os lapsos são uma porra!

Desta vez, é o ministro Relvas a afirmar ter havido lapso  de referência, em 1985 e 1987, ao declarar nos dados biográficos entregues na AR ter a frequência do 2.º ano de Direito – terminou apenas uma cadeirita com 10 valores.
Estes lapsos são uma porra. Não para quem diz “cometê-los”. Sim para o pagode saturado de enfiar tais garruços; de tal modo que a desconfiança se dilata quanto à seriedade da vida das gentes das políticas - desde os negócios espúrios (BPN, Freeport….) à falsidade das declarações de habilitações académicas, o Zé Povinho começa a ficar cansado.
Curioso que os enganos ou lapsos sejam por excesso, nunca por defeito.
Provavelmente, apesar do excesso, há um defeito congénito nosso, dos nossos políticos, todos portugueses de gema. Que, como galinhas, loucas, loucas, loucas, chocaram um coelho capaz de jurar que temos relvas de qualidade, onde os cidadãos vêm apenas campos pelados.

Não evita protestos, mas entra pela ‘porta dos fundos’

O governo certamente está ciente do descontentamento do povo. Contudo, parece subestimar a multiplicação de manifestações populares e antigovernamentais pelo País. Curiosamente mais a Norte do que a Sul. Com o vermelho Alentejo mudo e anestesiado pelos inexoráveis fenómenos de velhice e pobreza de que os governantes fogem – os investimentos turísticos do Alqueva, de ‘resorts’ e campos de golfe, estão paralisados e não há uma pequena infra-estrutura sequer para inaugurar; assim a modos de uma retrete pública, para o pessoal não andar por aí a “mijari” pelos cantos. 
Impelido para o Norte, hoje o PM esteve em Braga, em cerimónia dedicada ao “Bosh é Brom” de Alexandre O’Neill. Foi contestado na sequência de Guimarães e Castro Daire (PR), Covilhã (ministro Álvaro) e anteriormente na Guarda, perante ele próprio, PM.
Argumentou tratarem-se de manifestações organizadas, pretendendo iludir a opinião pública com a ideia de que, se ao menos fossem desorganizadas, seriam mais aceitáveis e compreendidas pelo Governo. Não é refluxo de grande inteligência, porque ele, pura e simplesmente, além do descaramento, é dela destituído.
Valentão, declarou ainda não temer manifestações. Porém, pelo sim pelo não, entrou pelas ‘portas de fundos’. Há que fugir dos “trauliteiros”, dos “provocadores dos desacatos” e do “reles povo” que ou não tem emprego, ou não recebe subsídios de desemprego ou a foi espoliado de dois salários, reformas ou pensões anuais.
Depois de Salazar – ou antes?, já nem sei – este é o PM mais prepotente e desumano da História de Portugal de há 8/9 décadas. O surpreende é haver certos “intelectuais” de esquerda a afirmar que se trata de um homem sério. Coisa, aliás, que também se dizia de António Oliveira Salazar.

Sobre Relvas, que pensa Crato?

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Grande parte do espaço da 1.ª página do ‘Público’ de hoje é dedicado a homens do PSD.
O grande destaque vai para Miguel Relvas, mas Macário Correia foi alvo de perda de mandato por decisão do Supremo Tribunal Administrativo. De Macário, deixo apenas a notícia.
A Universidade Lusófona, para beneficiar Relvas, valeu-se do Decreto-Lei n.º 74/2006, o qual, ao invocar a Lei n.º 49/2005 de 30 de Agosto, diz:
[..]A criação de condições para que todos os cidadãos
possam ter acesso à aprendizagem ao longo da
vida, modificando as condições de acesso ao
ensino superior para os que nele não ingressaram
na idade de referência, atribuindo aos estabelecimentos
de ensino superior a responsabilidade
pela sua selecção e criando
condições para o
reconhecimento da experiência profissional
; […]
Esta das “condições para o reconhecimento da experiência profissional” é mesmo uma camisinha feita à medida de amigos; se então forem políticos, não fazem mesmo rugas no peito, nem pregas no colarinho. Como dizia o velho ‘slogan’ da Camisaria Moderna, no Rossio.
Com este episódio, Relvas conseguiu mesmo bater o processo de “licenciatura” de Sócrates. Este, ao menos, ainda era bacharel em engenharia por Coimbra. Relvas tinha apenas completado uma disciplina de Direito, quando entrou na Autónoma.
O DL 74/2006 foi concebido pelo ministério de Mariano Gago. Teve um dia mau, com certeza. Até é um homem de inteligência e cultura comprovadas.
Também o é o actual ministro Crato, mas deste gostaria de saber o que pensa deste caso e de medidas para que, de futuro, não haja novas réplicas.

terça-feira, 3 de julho de 2012

A doce Alemanha de Merkel face a neonazis

chefe de espionagemEste sujeito da fotografia, Heinz Fromm, chefe dos serviços secretos internos da Alemanha – uma espécie de Silva Carvalho virado para dentro – demitiu-se. Motivo: “documentos ligados a uma célula de neonazis que durante uma década mataram dez pessoas, na maioria imigrantes turcos, tinham sido destruídos.”
Quando há tempos escrevi um ‘post’ a denunciar as tendências xenófobas do governo da Sra. Merkel, fui insultado por determinados comentadores que, de ignorante a estúpido, não me pouparam infâmias.
Agora, e o conhecimento da História Europeia é importante, a simulada assepsia das estruturas germanófilas está a ter as consequências naturais. Membros da Gestapo e da Stasi, por força de conivências entre ocidentais e ex-soviéticos, em duas épocas distintas, prosseguiram as suas carreiras nas forças de segurança. O estigma e alma nazis ficaram desde então impregnadas nas organizações de informações secretas do Estado alemão. Os efeitos estão à vista. 
Àqueles que me difamaram e me classificaram de ignorante, mal intencionado e não sei que mais, agradeço que, desta, não venham, de novo, tapar o Sol com uma peneira.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Veículos: quando o mercado rejeita…

O mercado
A resposta do mercado, o sagrado mercado, às políticas de Passos, Portas, Gaspar & Cia. Desde 1988 que, em Junho, as vendas de veículos de todos os géneros não atingiam números tão limitados – 10.805 unidades, diz o ‘Público’. Sempre são 24 anos.
Querias vender mais, cobrar mais impostos? Querias não querias? Ora toma!, diz o mercado ao governo.

Os enfermeiros sujeitos ao arbítrio de energúmenos

Luís Cunha Ribeiro
O ‘Público’, nesta notícia, informa:
Segundo explicou ao mesmo jornal o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses em muitos casos são enfermeiros que já trabalhavam nos centros de saúde para outras empresas, ou até para a mesma, e que vêem o valor pago por hora baixar para os 3,96 euros – o que no final do mês corresponde a cerca de 555 euros brutos e a 250 a 300 euros após os descontos, para 140 horas mensais de trabalho. O sindicato vai por isso reunir-se nesta segunda-feira com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo para fazer uma exposição sobre a situação.
O Rendimento Social Mínimo, em 2011, para cada família apoiada, obedecia ao seguinte esquema remuneratório:
Cálculo do valor do RSI
  • Pelo Titular - 189,52 euros;
  • Pelo segundo adulto e seguintes - 132,66 euros por pessoa;
  • Por cada criança ou jovem com menos de 18 anos - 94,76 por pessoa euros.
Um(a) enfermeiro(a), depois da preparação académica em que os próprios e família investiram, vê-se praticamente equiparado(a) na remuneração a indigentes desempregados, beneficiários do RSI.
Justificação de Luís Cunha Ribeiro, segundo o ‘Público’:
[…] o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Cunha Ribeiro, diz não conhecer os valores pagos, justificando que não contratam enfermeiros mas sim serviços de enfermagem.
Dizem ser um homem do Norte, nascido perto do Dragão. Até poderia ter sido parido na Clínica da Cruz Vermelha, próxima dos clubes da 2.ª Circular e alfacinha de gema; ou ser um tunisino de Tataouine. 
Nascesse onde nascesse, a verdade é que teria de vir ao mundo como funesta e energúmena criatura, cujo perfil perdurará até que a vida lhe dure. Com cirurgiões destes, a mortalidade dos doentes aumenta exponencialmente.

domingo, 1 de julho de 2012

Parabéns Espanha!

Espanha, 4 – Itália, 0
españa campeã

Retirado do ‘El País:

 

ESPAÑA, CAMPEONA DE EUROPA

"Tras un partido memorable, con lo mejor de su estilo, La Roja machaca a Italia (4-0) y completa la Triple Corona Eurocopa-Mundial-Eurocopa."

Apesar de Itália ter sido a minha selecção preferida, reconheço a superioridade da equipa espanhola e o mérito que o resultado traduz com clareza.
Viva a Espanha e dancemos ao ritmo do ‘pasodoble’ em homenagem aos futebolistas, equipa técnica e aficionados espanhóis:
Uma palavra para Itália: lograram afastar a Alemanha da final. Afinal, os transalpinos são os vice-campeões. Felicitações também para eles.

Platini e o ‘Euro de 2020’

europe brokenMichel Platini, ex-jogador de futebol e actual presidente da UEFA, é um visionário raro.
Já que a Europa se tem revelado impotente em matéria de coesão de políticas económicas, sociais e monetárias, o futebol pode compensar a desarmonia.
Reveste-se, pois, de consistência a ambição de Platini fazer disputar o ‘Euro de 2020’ em 12 ou 13 cidades europeias – eu diria 12, porque 13 é número de mau agouro, conquanto não seja supersticioso; além do mais, a sabedoria popular diz que sê-lo dá azar.
A concretizar-se, será o campeonato mais itinerante realizado na Europa. Exemplos: hoje uma selecção actuaria em Braga, amanhã na polaca cidade de Gdansk; a equipa que se exiba numa jornada em Valência, passado dois dias jogará em Dortmund e assim por aí fora.
Qual será o país campeão? O que obtiver mais pontos nos jogos disputados, adicionados dos pontos atribuídos pelas linhas aéreas em função das milhas aéreas voadas.
Teríamos, portanto, um singular campeonato terrestre e aéreo. Originalidade susceptível de grande sucesso. A desconstrução do ‘euro’, se a ideia vencer, ficará compensada pela coesão da prova do pontapé na bola, do Atlântico ao Urais. Platini é, efectivamente, genial.

O cuspo

Vasco Pulido Valente‘O susto’ é o artigo de Vasco Pulido Valente no ‘Público’. O conhecido intelectual volta a expelir vapores de ira e bafio. Os promotores do ‘Congresso Democrático das Alternativas’, a realizar em 5 de Outubro próximo, são os visados.
Declaro não integrar a organização do evento ou o núcleo de subscritores do respectivo manifesto.
O estilo do filósofo-historiador é recorrente na desbragada humilhação e insulto a quem, na hora, lhe vem à mente. Não dignifica, antes prejudica, a imagem do jornal. Na qualidade de leitor-assinante, expresso total desacordo.
Basta lembrar-nos da fala enrolada, pastosa, a passos imperceptível, na TVI, para imaginar que, se o homenzinho escreve no estado com que comunicava com Manuela Moura Guedes, então estamos esclarecidos, quanto à causa das prestações no ‘Público’. 
De entre outras coisas, VPV a propósito da participação de militares de Abril escreve:
Há muitos "militares de Abril" (como eles próprios se anunciam), que devem andar pelos 70 anos, com 35 de frustração e anonimato…”
VPV nasceu a 21 de Novembro de 1941. Tem exactamente 70 anos e, a despeito de idade idêntica aos por si criticados,  parece que ainda  é investigador coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. De resto, viveu grande parte da vida à custa de dinheiros públicos; ou seja, também à custa de contribuintes, como eu, que sempre trabalhámos no sector privado e tivemos dois subsídios eliminados. Para sempre? Quem sabe?
Imagino que, por ingestões agressivas, VPV tenha danificado o véu palatino e sofra de patologia de salivação excessiva. No caso, até dá jeito. Altera-se o título do artigo para ‘O cuspo’.