O governo certamente está ciente do descontentamento do povo. Contudo, parece subestimar a multiplicação de manifestações populares e antigovernamentais pelo País. Curiosamente mais a Norte do que a Sul. Com o vermelho Alentejo mudo e anestesiado pelos inexoráveis fenómenos de velhice e pobreza de que os governantes fogem – os investimentos turísticos do Alqueva, de ‘resorts’ e campos de golfe, estão paralisados e não há uma pequena infra-estrutura sequer para inaugurar; assim a modos de uma retrete pública, para o pessoal não andar por aí a “mijari” pelos cantos.
Impelido para o Norte, hoje o PM esteve em Braga, em cerimónia dedicada ao “Bosh é Brom” de Alexandre O’Neill. Foi contestado na sequência de Guimarães e Castro Daire (PR), Covilhã (ministro Álvaro) e anteriormente na Guarda, perante ele próprio, PM.
Argumentou tratarem-se de manifestações organizadas, pretendendo iludir a opinião pública com a ideia de que, se ao menos fossem desorganizadas, seriam mais aceitáveis e compreendidas pelo Governo. Não é refluxo de grande inteligência, porque ele, pura e simplesmente, além do descaramento, é dela destituído.
Valentão, declarou ainda não temer manifestações. Porém, pelo sim pelo não, entrou pelas ‘portas de fundos’. Há que fugir dos “trauliteiros”, dos “provocadores dos desacatos” e do “reles povo” que ou não tem emprego, ou não recebe subsídios de desemprego ou a foi espoliado de dois salários, reformas ou pensões anuais.
Depois de Salazar – ou antes?, já nem sei – este é o PM mais prepotente e desumano da História de Portugal de há 8/9 décadas. O surpreende é haver certos “intelectuais” de esquerda a afirmar que se trata de um homem sério. Coisa, aliás, que também se dizia de António Oliveira Salazar.
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