domingo, 29 de julho de 2012

Seguro, o cacique feliz

seguroSeguro pertence ao conjunto de políticos forjados nas ‘jotas’, no caso a JS. Os padrões e capacidades em geral dessa gente, em aspectos de ordem intelectual, cultural e de consciência de homens de Estado, estão a léguas de corresponder aos desafios da governação do Portugal actual. Além do mais, atravessamos tempos de crise aguda por efeito de acumulados erros internos (mais de 30 anos!), dos desmandos do sistema financeiro internacional e ainda da obstinada recusa das economias desenvolvidas, Alemanha à cabeça, para em definitivo extinguirem a crise ou o euro – quanto tempo e dinheiro, fora o descalabro do desemprego e de outras chagas sociais, já custou a milhões de europeus a persistência da crise? Com certeza, não foi a todos. Há sempre uns a quem a UE, a Zona Euro e por tabela o Estado Português facilita uma doce vida.
Seguro, seguramente, como Passos e Gaspar, é o chamado político instantâneo, estilo ‘pudim Alsa’ ou ‘penso rápido’, sem visão estratégica – propositadamente não cito Paulo Portas, porque esse, tenho de reconhecer, tem outra envergadura e eficácia na preservação da imagem para descrever sucessivas curvetas, arregimentando um conjunto de manipuláveis marionetas. Claro que não actua em consonância com o interesse nacional, entenda-se.
Seguro, a meu ver em acto de profunda hipocrisia, declarou-se um líder “muito feliz”, a propósito de António Costa reconhecer publicamente ter condições para, se necessário, candidatar-se a secretário-geral do Partido Socialista. Seguro está ciente de que, além de perseverante cacique, a correr e manipular potenciais eleitores do País rural e urbano, nada tem de comparável com as qualidades de Costa para pegar no leme, nas tenebrosas águas em que navegamos e às quais a política de Passos e da ‘troika’ mais turbulência acrescentará.
António José Seguro, sem nunca lograr ter transcendido a mentalidade provinciana, relembre-se, é um cacique em peregrinação pelas secções do PS por esse País fora. Ora se bate com anho e arroz no forno em Baião, ora petisca sardinha assada em Portimão. E assim vai captando votos.

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