Ministro das Finanças Sarris (à direita) |
Amanhã é Domingo. Ignoro a opinião do Papa Francisco a respeito do trabalho dominical. Segundo postulados da Igreja Católica Apostólica Romana, o Domingo é Dia de Celebração e da Eucaristia do Senhor.
Todavia, para a superestrutura da UE, comandada por Merkel, filha de pastor alemão luterano, os preceitos religiosos ou outras politicamente convenientes são flexíveis. Queiram ou não os católicos apostólicos romanos, ou ortodoxos, regras religiosas, éticas ou princípios de respeitabilidade pelos direitos de soberania de povos de países fragilizados, o Chipre nesse caso, se existem, suspendem-se, sem apelo nem agravo.
Amanhã em Bruxelas, lá vai estar a criadagem da chancelerina. Líderes da UE, do FMI, o Draghi do BCE e, desta feita, o moldável Barroso e o burlesco Van Rompuy.
Frustrada a tentativa do ministro Sarris junto da Rússia - o resultado da visita de Barroso a Medvedev é enigmático - nada mais resta a Chipre do que avançar nas conversações com a 'troika' com vista ao cumprimento de um 'Plano B'.
Qual a diferença essencial entre este plano e o anterior? Agora pode ir até 25% a tributação de todos os depósitos acima de 100.000 euros. Na euforia financeira, originária do caos, o estatuto de 'paraíso fiscal' de Chipre, membro da zona euro, funcionou sem baias nem reservas legais. Até foi incentivado. Agora, os cipriotas pagarão a conta em termos de desemprego e recessão, que não se antevêem ligeiros- a Igreja Ortodoxa local já recomenda a saída do euro.
Um exercício: um depositante que tenha 110.000 euros pode ser penalizado com 12,5% e ficar com o depósito reduzido a 96.250 euros, abaixo, portanto, dos 100.000 do saldo de outros depositantes, a quem, e bem, não será aplicada qualquer taxa. Tudo isto é irracional, dirão os críticos. É a matemática, reagirão os lacaios da Sra. Merkel.
Do meu ponto de vista, o que sucede no Chipre, como em Portugal, Espanha, Itália e Irlanda - a França e a Bélgica vêem a caminho - é fruto de graves erros políticos da UE, através da desregulação e descontrolo do sistema financeiro, falta de harmonização económica e fiscal na Zona Euro. O resto é conversa.
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