quarta-feira, 6 de março de 2013

Gaspar é o nr. 1 e o povo português a cobaia

Que autoridade, até o sob o ponto de vista democrático, tem Vítor Gaspar para impor ao povo português uma austeridade tão severa? Os programas do PSD e do CDS que o povo sufragou nas eleições de 2011 não propunham o regime de medidas draconianas, de que os portugueses estão a ser vítimas. Com efeitos sociais terríveis, como o desemprego, a perda de habitação, a pobreza, em alguns casos extrema, e até a miséria.
O primeiro-ministro, desonesto e imparável na mentira, fez promessas bem distintas, como é do conhecimento público. Afirmou não agravar impostos nem cortar subsídios de férias ou de Natal (isto, lembre-se, a uma jovem aluna da Escola do Forte da Casa, na Póvoa de Santa Iria).
Tem a desfaçatez de defender desde a 1.ª hora - com aquiescência floreada e retocada de Portas - um Ministro de Finanças que, mês após mês e em sucessivos indicadores, se revelou incumpridor das metas por ele próprio traçadas - do PIB ao défice, da dívida pública externa às receitas fiscais e da Segurança Social.
Agora, em vez de se bater pelo alargamento no tempo do corte de 4 mil milhões, recusa adiar a dura medida para além de 2014.
Contraditoriamente -  CDS vai acabar por aderir, porque a atracção do poder para Portas é um fetiche - a deputada centrista, Cecília Meireles, após a visita da 'troika' à AR, afirmou:
"alguma abertura da troika", quer em relação ao prazo para reduzir o défice, quer nos cortes de despesa.
Não é que deposite qualquer esperança no sinistro trio do etíope, do careca e do alemão, mas há uma outra oportunidade para perguntar: 'afinal que governo é este em que, dois partidos coligados, um diz defender uma medida e o outro, sobre a mesma matéria, defende o contrário?'
Gaspar é uma reedição de Salazar. Gaspar é o nr. 1 e o povo português a cobaia. Estamos lixados!
 

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