Todos os dias há gente a deixar o mundo. Chega-se à morte por múltiplos caminhos, uns na velhice outros na juventude.
Seja a anónimo ou a uma figura pública, é com pesar que os vejo partir; em especial aqueles que, independentemente da forma modesta ou mediática, deixam um exemplo de vida digna e exemplar.
As figuras públicas beneficiam naturalmente de maior notoriedade até na morte - umas vezes por boas razões, outras por más.
Sinto mais dolorosamente a perda de homens e mulheres públicos que se notabilizaram pelo valor da obra que deixam como legado e da rectidão de carácter com que se distinguiram. Ontem foi Robin Williams. É hoje a situação de Emídio Rangel, a quem a revolução das actividades radiofónicas e televisivas em Portugal muito fica a dever.
Tenho a convicção de Rangel ter sido um profissional de elevada qualidade e de princípios - a rejeição do abjecto 'talk show', 'big brother', como director da SIC marcou-o e teve um custo que agora, tarde e a más horas, o Dr. Balsemão tenta reparar, através de discurso amável, um passado de desprezo pelo contributo de Rangel no sucesso do referido canal de TV .
A amabilidade e reconhecimento demonstram-se durante a vida de quem merece o elogio. Jamais a morte é o evento e o tempo de ser justo com quem se foi indigno e arbitrário.
Igualmente o meu adeus a Rangel é um até sempre, idêntico ao que dirigi a Robin Williams.
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