No pós-25 de Abril, e descontando
aqueles militares de faxina revolucionária antecessores dos eleitos, na Presidência
da República, órgão supremo da soberania nacional, os portugueses já colocaram
um militar (Ramalho Eanes), dois advogados (Mário Soares e Jorge Sampaio), e um
economista (Cavaco Silva, o actual PR) – curiosamente é nos tempos de um
economista, ex-Professor de Finanças Públicas e ex-quadro do Banco de Portugal,
que a maior crise financeira do País, de há muitas décadas, nos castiga asperamente
e está para durar. Paradoxos da vida.
Santana Lopes, um advogado
especialista em defender-se a si próprio e em atacar quem se lhe atravesse no
caminho, começou há bastante tempo a manifestar a ambição de suceder a Cavaco.
Antes cedo do que tarde, os primeiros alvos a abater, em discurso, têm sido
Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio e o seu “amigo de estimação”, José Manuel, com
quem as contas jamais serão saldadas. Trata-se de um conjunto de teoremas e
outras leis de um cálculo algébrico muito complexo e insolúvel.
Santana, nessas divagações de
quem anda por aí, a saborear o milagroso elixir que o tornarão Presidente da
República, encontrou alguém disponível a auxiliá-lo; no caso, um militante do
PSD, Paulo Vieira da Silva, admirador de Santana desde que usava fraldas ‘Dodot’. O
generoso apoiante resolveu criar uma página no ‘facebook’; a 2.ª porque a 1.ª lançada por outra gente em
Janeiro teve apenas 130 ‘likes’. Ignoro
se Pedro Passos Coelho, que já lhe expressou apoio no Coliseu, também participou
nestes 130 ‘likes’.
É relevante os portugueses
saberem que Santana Lopes teve um mandato de presidente do ‘Sporting’
atribulado, com queixas do promotor-financiador Roquette; por outro lado, ainda
está por calcular o tempo exacto em que exerceu o mandato de presidente da CML;
no lugar de PM durou pouco e, se Sampaio tem sido mais rigoroso, nem teria lá
chegado sem ser eleito.
O homem é, portanto, assim: imprevisível,
inconsequente, pouco fiável nas promessas, bem-falante e sabe extrair da
política o que de melhor esta oferece: dinheiro, cargos, honrarias e prazeres.
Porém, para reanimação do ‘jet set’ que tem andado tão prostrado, as
próximas eleições presidenciais é a oportunidade ideal para ter um ‘romântico
em Belém’. No Palácio, é garantido, as festas serão quase como as sessões do
velho ‘Olímpia’;
i.e., contínuas. Iniciam-se ao fim de tarde e terminam ao fim da madrugada. O
fenómeno terá esta particularidade inédita no exercício presidencial, digna de ‘slogans’:
- “Com Santana em Belém, os momentos de romantismo começam e acabam sempre no fim!”;
- “Se quer viver bem, apoie a ida do romântico Santana para Belém!”
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