sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Helena Roseta - a pioneira denúncia das negociatas do programa Foral (Tecnoforma)


A história 'Tecnoforma, Passos Coelho, Relvas & Cia.' tem reanimado a comunicação social e a discussão pública nos últimos dias; porém, já havia sido divulgada, em directo na SICN, por Helena Roseta, em 2012. Há bastante tempo, portanto.
Basta ouvir. O relato de Helena Roseta é simples e claro. Na qualidade de bastonária da Ordem dos Arquitectos, foi abordada por Miguel Relvas, então secretário de Estado. O governante propôs-lhe a formação de arquitectos no âmbito do programa 'Foral',  financiado por fundos da UE e gerido pela Tecnoforma. 
A condição de base imposta por Relvas, e que Helena Roseta refutou liminarmente, impunha que os programas de formação fossem adjudicados em exclusivo à Tecnoforma, empresa dirigida por Pedro Passos Coelho.
A revelação levou Miguel Relvas a agir contra Roseta pela via judicial. Contudo, a arquitecta acabaria por ser avisada do arquivamento do processo pelo Tribunal, extinguindo-se, assim, a condição de arguida.
Estou consciente de que o episódio inicial e seguintes ocorreram depois de Passos Coelho ser deputado e  não pode ser contemporâneo dos episódios que hoje o levaram à AR. Todavia, este triângulo Miguel Relvas - então no governo de Barroso - Passos Coelho, Tecnoforma tentou, sem dúvida aliciar facilitadores de negócio, com consideráveis fundos comunitários, em benefício da Tecnoforma. É demasiado óbvio.
Relvas, tem-no demonstrado, está sempre mais próximo da sujidade. Todavia, Passos Coelho não é cidadão que garanta ser rigorosamente asséptico, livre dessa promiscuidade entre políticos, dinheiros públicos e negociatas. 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Há uns que comem muito mais bifes do que outros

Do (mal) iluminado cérebro de Isabel Jonet, e incapacidade de entender a responsabilidade inerente à instituição que dirige, Banco Alimentar contra a Fome, tivemos, em 2012, uma ofensiva e inconsciente declaração:
O conformismo em relação à pobreza é revelador da falta de solidariedade que, no caso, deveria estar na primeira linha do empenho, postura e compromisso públicos que o cargo lhe exige.
O 25 de Abril é uma data histórica, que comemoro desde o primeiro dia, em que me cruzei com oficiais, Salgueiro Maia em especial, sargentos e soldados no Largo do Carmo e noutras artérias de Lisboa. Vivi-o e senti-o profundamente. Sob a forma de alegria exteriorizada, mas igualmente com estado de espírito de euforia intima inenarrável.
Decorridos 40 anos, interrogo-me se a acção de militares e marinheiros, em aliança com o povo,  não tem registado, passo a passo, desde há anos uma deriva constante, assassina dos ideais democráticos do povo e catalisadora de imorais sucessos de gente como a Jonet ou o intrujão sem vergonha, Pedro Passos Coelho – a ‘net’ retracta-o de forma extensa e clara.
Da primeira das citadas figuras, alguns jornalistas de renome a quem se exige informação rigorosa, chegaram a considerar Isabel Jonet, à época do ‘caso dos bifes’, a fundadora do Banco Alimentar contra a Fome. A verdade é que essa obra caritativa, destinada a suprir os problemas sociais e económicos que os governos multiplicam a uma velocidade infrene, fora fundada em 1990 sob o impulso do comandante José Vaz Pinto.
Quanto a Pedro Passos Coelho, deve dizer-se que os partidos, em particular os grandes partidos, desde meados da década dos 1980, se especializaram à produção de ‘jotinhas’ segundo um tal processo de fabrico de salchichas que o PM definiu, em citação que ficará para a história.
O pior é que toda esta gente se especializa na produção de trampa e em transformar-se numa corja de trapaceiros ‘diplomados’. Quem acredita que Passos Coelho se tenha esquecido de ter redigido e assinado este documento junto da AR? Como é possível não se lembrar se  foi pago pela Tecnoforma entre 1997 e 1999? 
O episódio na SICN entre Miguel Relvas e Helena Roseta, esta a denunciar a tramóia, faz parte dos contributos para a verdade desta história triste… triste porque se 0 25 de Abril nos proporcionou um conjunto de liberdades e uma vivência democrática, é lamentável concluir que não se revela suficientemente sólido e eficaz para escrutinar uma corja imensa de oportunistas. É preciso reacender a luta!
A continuar assim, apenas se dilatará a diferença entre alguns que comem muitos bifes e um vasto número que nem carne nem peixe têm para se alimentar. Um pedaço de pão duro e seco é a refeição que, em muitos dias, lhes conforta o estômago.

sábado, 20 de setembro de 2014

Jacques Brel: "Ne me quite pas"

O tempo aqui para as minhas bandas está carregado e triste. O início da manhã ficou marcado por sentida mágoa. Umas breves lágrimas deslizaram no meu rosto, pela partida da velhinha senhora a quem apenas dizia "bom dia" ou boa tarde". Sempre em forma breve mas com afecto. Partiu aos 94 anos. 
Na hora da notícia dura, a dor que não dói mas que me corta a garganta sem lâmina e me embarga a voz não me impediu de soletrar: "Ne me quitte pas".  Uma manhã apropriada para ouvir Jacques Brel:


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

No Blasfémias dois blogueres passaram a usar “kilt”

Confesso uma indiferença enorme em relação ao referendo sobre a independência da Escócia – venceu o ‘não’ com 55% de votos, como se sabe. E se vencesse o “sim”? O que uma coisa ou outra trariam de benefício ou de prejudicial para a vida dos portugueses? O preço do Whisky aumentava se o ‘sim’ ganhasse? A BP baixaria os preços dos combustíveis, se não tivesse sido o ‘não’ a vencer.
Ouço e leio, as coisas mais estapafúrdias acerca das consequências para a Europa, em determinadas áreas económicas e financeiras – um exemplo: a Escócia continua integrada no Reino Unido e na libra esterlina; todavia, Vítor Cunha, sob o very, very, very English title Better Together, escreve no ‘Blasfémias’:
O Cunha é especialista em pensamentos metafísicos. Talvez fosse útil para o Juncker, o Draghi, a Merkel e todos os directórios que mandam na desgraçada Europa, que Vítor Cunha se doutorasse com uma tese em Economia sobre um novo padrão ‘libra esterlina-euro’. A City, inteirinha, ficaria deslumbrada.
Outra figura brilhante do Blasfémias dá pelo nome de João Miranda. Escolheu o título Independência da Escócia e União Europeia que começa com os seguintes períodos:
Brilhante! Jamais conseguiria imaginar alguém capaz de pensamento tão profundo. Merece, sem hesitações, que lhe seja atribuído o poder geográfico do nível 1. Bem alto! Nem o João Garcia se atreve a tentar lá chegar.
Esta gentinha do Blasfémias usa umas roupagens que os torna ultras sábios. Todavia, como hoje, nunca me tinha apercebido. O Cunha e o Miranda passaram a andar de “kilt” e não largam a garrafa de Whisky em homenagem à independência da Escócia. 

A utilidade de ler Pulido Valente

Trata-se de um homem culto. Sem dúvida. Enfrenta o defeito de se fazer a mares encapelados. Ora, aderna a estibordo, ora a bombordo, em navegação estonteante. Todavia, nas ocasiões, mais raras, em que se deixa levar pelo mar calmo da razão, sem destilados rancores, é um autor de prosa útil e esteticamente agradável.
Sem cerimónia e no jeito frontal, despedaça Seguro, em certeira análise, na crónica publicada no ‘Público’, de que destaco o seguinte texto:
Creio que, recorrendo às fundamentações invocadas, é impossível deixar de chamar a Seguro, aquilo que, de facto, ele é e sempre foi: um inepto de graves limitações intelectuais e culturais, dotado de uma ambição infinita de ser primeiro-ministro de Portugal.
Com as características de personalidade que o marcam, a golpada, o populismo e a falta de honestidade são, entre outros factores negativos, os trunfos com que se propõe prejudicar gravemente a democracia e o hemiciclo da esquerda na AR. Que desapareça e depressa! E que leve mais uns quantos com ele!

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

As Finanças Públicas de MLA depois do PAEF

O desastre ‘Citius’ justificou as desculpas de Paula Teixeira da Cruz. Hoje, decorridas 24 horas, coube a Nuno Crato curvar-se diante dos professores para lhes pedir perdão, aceitando a demissão do Director-Geral da Administração Escolar – a doutrina da indulgência, iniciara-se há muito com o próprio chefe do governo, Pedro Passos Coelho, quando se penitenciou em 2011 pelo aumento dos impostos a que, em campanha, jurou jamais recorrer.
Competiria hoje a MLA divulgar e justificar as causas do deslize das Finanças Públicas de Portugal em Julho passado, conforme revelado pelo Banco de Portugal no Boletim Estatístico de Setembro de 2014.
A situação das Finanças Públicas é, de longe, mais transversal e decisiva em termos sociais, em especial para quem, depois de um mais do que falhado e injusto PAEF – Programa de Ajustamento Económico e Financeiro, sofre os efeitos dos seguintes resultados:

MLA deveria envergonhar-se dos valores registados em Julho de 2014, os quais, de resto, nem qualquer desculpa merecem. Porque resultam de uma política deliberada de subserviente obediência ao directório de Schäuble e Merkel, em que ela própria se empenha, assumindo, de forma subtil – dizemos subtil, para evitar a designação de covarde - comentários depreciativos às medidas de Draghi, defendidas em John Hoke, EUA.
Na anémica recuperação da Economia Portuguesa, que Coelho, Portas e Pires de Lima tentam impingir-nos como substantiva e sustentável, e sobretudo em função do quadro traçado para 2014 para a Economia Mundial pela OCDE, FMI e outras organizações internacionais, dificilmente este pobre País, Portugal, conseguirá impulsionar o crescimento e o desenvolvimento da população desprotegida, ultrapassando os 2.000.000 de seres humanos, de vidas avidamente carenciadas.
Ainda temos escolas em situação disfuncional, devido a um erro matemático cometido pelo ministério dirigido pelo matemático Crato. O mais grave, pelo número de atingidos, intensidade e duração do sofrimento, é que os efeitos da pobreza infantil demarcam-se funestamente do mau trabalho de burocratas de qualquer ministério. 
Nas escolas, há um problema que perdurá durante mais um ano lectivo: milhares de crianças vão chegar às aulas de estômago vazio e em estado de esmaecimento de que os verdadeiros culpados, quem nos governa ou os por estes autorizados a acumular fortunas imorais e em muitos casos ilícitas, deveriam enfrentar pesada pena em qualquer tribunal, usando o ‘Citius’ ou processos manuscritos, curtos e objectivos – o resultado da sentença é mais importante do que a forma de lá chegar.
MLA, que já manifestou algum retrocesso na imisericórdia, através da proposta de discussão da dívida pública na AR. Porém, não tem espaço para pedir desculpas. A maldade e a incompetência punem-se com o degredo para uma aldeia deserta do interior, sem médico, escola e outras infra-estruturas por perto. Mesmo assim ainda seria castigo ligeiro, longe da história tipificada por ‘Crime e Castigo’ de Dostoioevski – Albuquerque jamais viveria os sentimentos de culpa de Raskólnikov. É uma hipócrita torcionária de salão.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Seguro, a campanha do golpe baixo

A luta nas primárias do PS é natural disputa pelo comando do partido. Ao mesmo tempo, os candidatos visam chegar à condição necessária e suficiente da competição nas legislativas de 2015 e liderar a governação do País.
Seguro, actual secretário-geral, e Costa são os concorrentes. Há uns quantos comentadores políticos a qualificar de traiçoeira a candidatura de Costa, opinião que respeito mas da qual discordo.
No passado dos partidos portugueses, pós-25 de Abril, já houve cisões e dissensões, algumas criando facções de secessão da unidade de grupos parlamentares (ASDI no PSD em 1979, por iniciativa de Sousa Franco, Magalhães Mota e Sérvulo Correia); a demissão de Sá Carneiro e substituição por Emídio Guerreiro da presidência do então PPD/PSD em 1975; as páginas mais negras da actividade política de Mário Soares que culminaram com a expulsão do PS de Salgado Zenha e o afastamento de Vasco Gama Fernandes … enfim, uma lista de acontecimentos que tipificam os conflitos no seio das forças partidárias portugueses – e não esquecemos os confrontos Manuel Monteiro e Portas no CDS.
Os críticos da atitude de Costa, e naturalmente favoráveis à tese de traição argumentada por Seguro, em sintonia com a verdade ou melhor informados de factos históricos, automaticamente concluiriam que os partidos como organizações de conquista do poder, dificilmente se podem considerar santuários de almas purificadas.
Se quisermos ler a história do acesso de Seguro a secretário-geral, talvez  fosse útil revermos as imagens do Tozé, seguido de Jamila, sair do elevador do Hotel Altis e declarar-se candidato com um sorriso de orelha a orelha, pela oportunidade, ou seja, pela derrota do grande inimigo José Sócrates.
A partir de então, Seguro começou por visitar uma a uma, todas as secções do PS do País. De manhã, estava em Valença do Minho, à tarde em Monção; no dia seguinte em Vila Real de Santo António para terminar a jornada em Portimão. Saiu da ‘jota cor-de-rosa’. Não tem atributos especiais no currículo, senão o opaco cargo de ministro-adjunto de Guterres. As habilitações académicas, por sua vez, também não ajudam muito: desistiu rapidamente do ISCTE e licenciou-se, mais tarde, em Relações Internacionais na UAL.
Impreparado, e longe do curriculum académico, profissional e político de Costa, nesta refrega por ele tão inesperada como indesejada, tem optado por uma campanha pura e simplesmente reles, recheada de golpes (as inscrições em Braga), de vitimização pacóvia (o cravo plantado e arrancado pelo adversário), além de outros episódios e discursos brejeiros.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Temos sempre Cunhas em Stock

O Novo Banco é mesmo novo. Despertou do embrião impulsionado pela reprodutividade do BCE e constitui uma experiência pioneira na Europa.
Muito prematuramente, e ainda longe de sonharmos com as possibilidades das intrujices do Dr. Salgado, precavemo-nos com a legislação e o ‘Fundo de Resolução’ precisos e detalhados, nos formatos e nos conteúdos. Sempre fomos, somos e seremos alunos muito cumpridores. O primor do zelo europeu.
Uns mais surpreendidos do que outros, soubemos da saída de Bento (este não é do Vaticano, possivelmente será emérito,  mas tem mestrado em Filosofia pela UCP) e respectiva equipa. 
Tudo muito à portuguesa. O mandato do BdP tinha um objectivo inicial de reestruturação e lançamento estratégico do banco para o valorizar em 2/3 anos. Todavia, Carlos Costa, de espírito inseguro, contraditório e de obediência subserviente à amanuense Albuquerque, mudou subitamente de sentido e, afinal, o Novo Banco é para vender a muito curto prazo. Fala-se no máximo em 8 meses; ao menos poderiam ser 9 como na gravidez.
Seguiram, portanto, o conselho (?) ou as palavras de caixa-de-ressonância do fidelíssimo Gomes Ferreira da SIC, porta-voz do Governo, e encontraram uma administração com o “perfil de vendedora” (sic).
Como esperado em Portugal, o processo foi rápido. Uma vez que temos continuamente Cunhas em Stock, o escolhido foi Eduardo Stock da Cunha que tem, reconheça-se, um extenso currículo bancário no Santander e tem estado ao serviço do Lloyd’s Bank, com o amigo Osório.
No currículo de  Stock da Cunha inclui-se a passagem pelo Colégio de São João de Brito, ao lado de Paulo Portas, António Pires de Lima e António Horta Osório. Licenciado em Economia pela Católica, e com um MBA da Universidade Nova, entrou para a MDM – Sociedade de Investimentos em 1985 (onde esteve João Cotrim de Figueiredo).
A facção jesuíta fica, portanto, reforçada junto de instituições dependentes do Estado e, tal como o Pires vendia ‘Super Bock’ às paletes, o Cunha venderá o Novo Banco num ápice. Para um desempenho perfeito, dizem, tem uma voz de pregoeiro que se ouve da Wall Street a Tóquio, passando por todas as praças europeias.
- Olha o Novo Banco, o melhor investimento eleito pela imprensa económica mundial! - clamará ele na Wall Street e na City de Londres … e a venda por 5 mil milhões em menos de 8 meses é resultado certo.

domingo, 14 de setembro de 2014

Poema dedicado ao desgoverno do processo Novo Banco

À podridão (ex-BES e grupo BES) junta-se mais podridão. Salgado começou, Coelho, MLA, Costa, Bento, Rato e Honório continuaram a encher a latrina - haverá, porventura, outras figuras secundárias de permeio; porém, são insignificantes figurantes da tragédia.
O BES, de bem almofadado, passou a repousar em tábua empenada e rasa, completamente depenado. Acabou nos calabouços dos 'bancos maus' (há algum bom???). Todavia, dele nasceu o Novo Banco, naquela noite na Rua do Comércio, em Lisboa. Sempre me pareceu soturna, mas as vozes do poder entoaram-na como radiosa.
Inesperadamente decorrido este tempo e de súbito, extinguiram-se as luzes da estratégia de relançar com tempo, 2/3 anos, um Novo Banco sólido e florescente, E, por puro desgoverno, o trio Bento, Rato e Honório está de partida. Há que  contratar nova equipa para proceder a uma venda acelerada do Novo Banco - nós, contribuintes, estamos cá para pagar o que for necessário, mesmo quem se fia nessa máquina de produção de mentiras, MLA de seu nome e amanuense de profissão.
O caso merece um poema, suficientemente crítico e certeiro. Seleccionei Desgoverno Nacional da poeta brasileira Mônicka Christi:


Se dissipem mentes curtas
No silêncio em que se abandonam
mergulhadas no comodismo ignorante
De quem aceita a punhalada
Como troféu brilhante!...
E a carne se desmancha
Pálida e repugnante
Presa as algemas aceitas
pelo vil governante
Que vomita em suas bocas
E defecam seus projetos insanos
Quando o verbo se oculta com medo
Destes perversos tiranos
A doutrinar por mentiras e imagens
bancada pela corrupção
Que a dignidade consome
Dilacerando a verdade.

(Depois de ver a repetição dos absurdos das chuvas,as mentiras governamentais...tudo igual, e nenhuma providẽncia real/ 26/12/2013)

sábado, 13 de setembro de 2014

Quem compra José Gomes Ferreira?

É verdade. Uma consultora de prestígio internacional realizou estudos laboriosos. O objectivo é predefinir com minúcia as condições precisas e rigorosas do ‘perfil de comprador’ a quem se pode impingir José Gomes Ferreira, o jornalista da SIC e assumido porta-voz para a comunicação social do governo de Coelho e Portas. 
De certo modo, o referido processo é uma réplica à ideia expressa pelo próprio Gomes Ferreira de que, uma vez vagos os lugares de Bento, Rato e Honório da Administração, é obrigatório encontrar para o Novo Banco uma equipa com duro 'perfil de vendedor', a fim de alienar o Novo Banco rapidamente; objectivo que os administradores auto-demitidos não têm capacidade para cumprir. Veja-se e escute-se:



Entre as alternativas de encontrar um comprador para José Gomes Ferreira ou um vendedor para o Novo Banco, ambos na condições de ideais, entendo que se deve priorizar a primeira. A dúvida é saber quem o compra. Qual o valor de mercado do Gomes Ferreira? Seria assim que Catroga colocaria a questão. E sinceramente, porque os 'Ridículos' se extinguiram há anos e na TV 'O governo sombra' já está preenchido por três humoristas de aviário, a cotação do Ferreira deve ser muito  baixa.
O jornalista da SIC, pelo que diz, conclui afinal - e deve estar melhor informado do que Cavaco - que o projecto do Novo Banco é apenas e tão só uma questão de venda do banco. Que o plano estratégico de que Bento, presidente da administração, e Carlos Costa, governador do BdP, começaram como ponto 1 da ordem de trabalhos, ao fim e ao cabo não tem sentido.
Na tese do jornalista, o que é conforme o interesse do sector bancário - não é bem a mesma coisa que o respeito pelo interesse nacional, dos contribuintes portugueses -  é conseguir, a tudo o custo, que o Novo Banco seja vendido rapidamente e a bom preço. Que idiotice? Como naqueloutra de Ferreira, há 3/4 meses, ter aconselhado os portugueses a conservarem as suas poupanças nos cofres do ex-BES, porque o banco estava bem almofadado - foi num'telejornal' da SIC com Clara de Sousa.
Gomes Ferreira, que nem economista é mas tem o arrojo de falar de matérias económicas e financeiras como sábio, aparentemente tem dificuldades em entender que a 'venda rápida', por interesse absurdo do governo e do Banco de Portugal, minimizará forçosamente o preço e colocará em causa muitos milhões adiantados por fundos do Estado que MLA negou virem a lesar os contribuintes - estou convicto de que, com a habilidade e os 'lobbies' ao seu serviço, os outros bancos serão relativamente prejudicados; mas apenas relativamente, sublinho; há que ter em conta os ingressos de novos clientes provenientes do ex-BES.
Uma vez injectados dinheiros públicos, a operação realizou-se forçosamente ao abrigo do Artigo 153.º-J508 Contribuições adicionais do Estado, da INTERVENÇÃO CORRECTIVA, ADMINISTRAÇÃO PROVISÓRIA E RESOLUÇÃO tornando óbvio que a contribuição dos empréstimos do Estado ao 'Fundo de Resolução', mais a mais na posição de largamente maioritários, é subentendido pelo governo que a ministra das finanças deve acelerar com o Banco de Portugal a alienação do Novo Banco.
No fundo, trata-se de muitos milhares de milhões que Gomes Ferreira não está em condições de calcular. E ignorando os custos patrimoniais inerentes à instituição a vender, é pura e simplesmente acto de loucos defender a venda a qualquer preço.