Um governo sem interesse nem
consciência em entender a diferença de conceitos e resultados entre políticas
de ‘Finanças Públicas’ e de ‘Economia’, com entusiasmo, que vai do patético ao
alarve, ufana-se do sucesso de, em operação sindicada por seis instituições
financeiras, ter logrado financiar-se em 3.500 milhões de euros, por 15 anos, à
taxa anual de 3,9%. Desconhecem-se os custos de comissões.
O referido financiamento, contas
simples, terá um custo de 136,5 milhões / ano, apenas de juros, i.e., 36,69% da
‘contribuição de sustentabilidade’,
reprovada pelo Tribunal Constitucional para 2015, e segundo a qual o governo se
preparava – se é que já desistiu – para espoliar 372
milhões de euros a pensionistas
do CNP, reformados da CGA e beneficiários de pensões da Caixa de Previdência de
Advogados e Solicitadores – os dois primeiros grupos, CNP e CGA, são de
longe maioritários e quem aufere, em termos médios, as prestações sociais (pensão
ou reforma) mais baixas.
Sem crescimento económico sólido
e sustentado, e na iminência de uma deflação catastrófica de que a Zona Euro está
ameaçada (ver
este ‘newsrelease’ do Eurostat de 29-Agosto-2014),
a anacrónica escolha de mais endividamento – a juros de 3,9% /ano, sem incluir
comissões – é de um aventureirismo próprio de quem gere as ‘Finanças do País’,
ao estilo de desporto radical; ou seja, actos de diversão inconscientes que, em
muitas das vezes, têm resultados catastróficos. Neste caso, não para os
amanuenses que os praticam, mas para os cidadãos em geral, vítimas inevitáveis.
Se o financiamento agora
contratado não servir para pagar dívida, e só tem sentido regulariza-la se os
juros forem mais altos, de súbito o governo adiciona + 2,101% aos 134% sobre o
PIB calculados para o endividamento público bruto português em Junho passado.
Referência tão ligeira quanto significativa
da notícia
do ‘Público’ a respeito da operação: ajuda
de um grupo de seis bancos. Como todos sabemos, desde a história do
Lehman Brothers ao BES, os bancos não tem outro interesse, senão ajudar-nos. E a amanuense Casalinho, cedida pelo BPI de Ulrich ao Coelho, está empenhada em
desempenhar o cargo do IGCP com esse firme propósito; ou seja, a afundar mais
depressa o País e conseguir um record de endividamento jamais alcançado por
Portugal. E a Economia? Isso não interessa, não é ajuda.
Portanto, endividemo-nos!
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