O alvo preferido é o PS. BE e
PCP, nesta fase, são meros acessórios da retórica e propaganda anti
esquerda com que a comunicação social portuguesa inunda os noticiários e
prestações de comentadores.
Numa espécie de exercício
escatológico, infundem a ideia, na opinião pública, de que só à direita é
consentido erigir e fazer funcionar coligações partidárias. - À esquerda não! –
Reclamam eles, desde os jornalistas, sem ponta de ética e de imparcialidade,
aos políticos de percursos contaminados, de que Durão Barroso é um rotundo exemplo.
O nosso ex-José Manuel de
Bruxelas, um servo humilde e bem recompensado por Bush, Blair e Aznar, declarou
ao “Diário Económico”:
“Eleitores do PS não votaram para um governo com o PCP e o Bloco”
Trata-se de uma especulação saída
do vazio, porque nenhum José Manuel, como ele, ou um José Maria, como outros, têm
meios de garantir que, do primeiro ao último dos votantes do PS, ninguém foi às
urnas para que se formasse um governo de esquerda.
No seio da especulação política, há
uma práxis: nada é inquestionável. Portanto, usufruindo
da mesma legitimidade da afirmação de Barroso, pergunto-lhe: quantos votos o PS
obteria se tivesse anunciado que faria uma aliança à esquerda? Nem ele, nem
ninguém sabe. A dúvida é pertinente e fica obviamente sem resposta.
É útil lembrar Barroso que
António Costa, durante a campanha, sempre afirmou que não se coligaria com Coelho
e Portas. Trata-se de uma forma de implicitamente dar a entender com quem se
aliaria. Resta saber, agora, se a comissão política do PS, e uma parte de
militantes adversários da aproximação às forças à esquerda do mesmo PS, lhe
permitirão coligar-se com os partidos de Catarina Martins e Jerónimo de Sousa.
Ou os socialistas, através de Costa ou qualquer outro, são coagidos a juntar-se ou apoiar, no governo
ou no parlamento, à tenebrosa trupe de Coelho e Portas.
O ‘Jornal de Negócios’, que
depois da saída de Pedro Santos Guerreiro se converteu em ‘pasquim de negócios’,
alarmava esta manhã ‘on-line’ que as cotações das acções da banca nacional (BCP
e BPI) estavam em acentuada queda, em consequência da perspectiva de Portugal
vir a ser governado à esquerda.
À tarde, porém, já publicava um
texto, de onde retiramos o seguinte parágrafo:
“Os bancos nacionais acompanharam, assim,as perdas no sector na Europa. O índice que reúne os bancos do Velho Continentedesce 1,52%. O UBS Group chegou a recuar quase 3,5% durante a sessão, depois deo ministro das Finanças da Suíça ter afirmado que planeia exigir aos maioresbancos do país que tenham capital equivalente a 5% dos activos totais. O HSCBdesce 2,14%.”
Todos sabemos que os mercados, os
investidores e as agências de ‘rating’ formam um demoníaco mundo. Na defesa do
interesse e soberania nacionais, seria mais adequado ser honrado, sensato e patriota nas
apreciações. Ainda antes das eleições, as cotações do BCP, por exemplo, estavam
abaixo dos valores a que fecharam hoje e as causas eram outras.
Estes jornalistas de almanaque deveriam
saber que a situação da banca nacional, em geral, é de imensa vulnerabilidade.
Perante as dúvidas que se colocam à Economia Mundial – ler este artigo da Bloomberg – as preocupações atingem, a nível do Universo, os decisores ao mais
alto nível. FMI e Banco Mundial, incluídos. Portugal é uma pequeníssima e frágil gota
neste oceano.
Desculpar-me-á mas não sei como proceder. O que vi foi um pedido seu e integrei-o no círculo do blogue. Obrigado.
ResponderEliminarCreio que, afinal, consegui através de um site de ajuda da Internet.
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