segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Os efeitos do refluxo de Angola

Álvaro Sobrinho
O neo-liberalismo de Passos Coelho é Paulo Portas foi o caminho directo e sem escolhos para o sucesso do capitalismo promotor de fortunas obscenas que condenam à pobreza qualquer povo. Angolanos e Portugueses não se livraram dessa pungente rota. 
Os 3,600 mil milhões sugados ao BES por angolanos, e por consequência aos contribuintes portugueses, foram extorquidos por gente desonesta material e moralmente. Ricardo Salgado, embora punido com prisão domiciliária, é presumido um dos principais co-autores de tamanho desvio. Será, todavia, redutor imaginar que as responsabilidade se concentram apenas no 'dono de isto tudo'. Outros contributos existem, em especial da parte de governantes que pretenderam fazer crer que o caso BES/GES se reduzia a meros 'problemas da iniciativa privada'. Ludibriaram-nos descaradamente, Sem esquecer essa figura, tão falsa no ar de seriedade com que se exibe, como conivente de irregularidades governamentais e da banca. Referimo-nos a Carlos Costa, governador do Banco de Portugal.
À chusma juntou-se agora a personagem, de vocação sinistra, conhecida por Sérgio Monteiro, um beirão que enoja a Beira Alta, através da imoral captação de proveitos lesivos do interesse do Estado e dos contribuintes. Por 30 mil euros mensais (praticamente 59 vezes o SMN) foi contratado para vender o Novo Banco, nascido velho e enjeitado da absurda e incompetente decisão de Carlos Costa.
Portugal tem sido a terra de acolhimento e de financiamento (CGD, em especial) de Isabel do Santos - leia-se filha representante dos interesses de José Eduardo dos Santos - e de uma série de corruptos angolanos que furtam ao seu povo os dinheiros do petróleo e de outros negócios menos debatidos - os diamantes, por exemplo.
Infelizmente, é neste 'paraíso de corruptos' que Portugal se transformou e se tem desenvolvido com o operações e investimentos financeiros, alguns baptizados de 'vistos gold', que integram bancos e outras sociedades empresariais estatais e privadas portuguesas, incluindo o futebol. O governo de Coelho e Portas classificam esses actos de corrupção de investimento estrangeiro de qualidade, em termos macroeconómicos, quando, de facto, se cingem a operações tendencialmente de branqueamento de capitais.
Este tipo de empreendedorismo, falso e abjecto, incluíram os jornais 'Sol' e "i" que, segundo se anuncia, vão ser encerrados pela holding de capitais angolanos, 'Newshold', liderada por Álvaro Sobrinho, o ex-presidente do BES Angola.
O projecto de "reconversão", segundo o 'Público', prevê o despedimento de 120 pessoas, passando à publicação dos dois títulos, recorrendo apenas a 66 profissionais.
Sinceramente, se entre os dispensados vierem a estar o Saraiva, a Cabrita e o Lima, a minha solidariedade com estes três crápulas será nula. Igual, portanto, àquela que durante os últimos 4 anos, eles próprios e outros disciplinados camaradas das equipas redactoriais a que estiveram vinculados, legitimaram e ajudaram a intensificar a miséria no processo de empobrecimento do povo português.
Tudo isto, e muito mais, são reflexos dos efeitos da desonestidade na defesa da penalização e do amalgamento na pobreza e miséria de milhões de cidadãos portugueses. 
Lastimo, em derradeiro sentimento, que não exista nem tribunal nem lei que obrigue Álvaro Sobrinho a suportar os danos causados, no caso BES, aos cidadãos nacionais no geral e aos ingénuos e desinformados que, até aqui, perderam as poupanças de vidas de trabalho nas aplicações feitas no BES. 
Se houvessem detidos, as celas próximas de Sobrinho deveriam ser ocupadas por Coelho, a amanuense Albuquerque e Carlos Costa. Teríamos, ai sim, em Portugal um exemplo de justiça. O interesse nacional e dos cidadãos foi lesado dolosamente.
    

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