O supremo objectivo de Pedro Passos Coelho (PPC), desde 2010 (ou até antes), é materializar a revisão da Constituição da República Portuguesa. Agora mais do nunca, porque o homem está de alma mutilada pela perda do poder.
Sem qualidade cultural e especialista em discursos palavrosos e manipuladores, Coelho acaba de manifestar desesperada disponibilidade para fazer uma revisão constitucional extraordinária, a fim de se realizarem eleições já. Concretamente afirmou:
"Estou inteiramente disponível para dar o meu apoio à revisão constitucional para que o Parlamento possa ser dissolvido."
Esta frase é apenas compreensível num político profissional mentalmente perturbado. Com efeito, pretendendo PPC retirar do posicionamento para PM António Costa - posicionamento, porque Cavaco ainda não o indigitou e não é completamente seguro que o indigite - é total ausência de lucidez comunicar em publico a vontade que o anima no sentido de rever a CRP. A mente desordenada de Coelho ignora que, para atingir este objectivo, necessita do PS? - veja-se o que estabelece o Artigo 286.º, n.º 1, da Constituição:
Artigo 286.º
Aprovação e promulgação
Outra pergunta se impõe: PPC pensará que António Costa e a vasta maioria do PS estariam na disposição de lhe facilitar a sonhada "revisão constitucional extraordinária", em prejuízo do próprio partido? Como se diz na gíria dos dias de hoje, o Coelho endoidou mesmo.
Sabe-se, repito, que, desde 2010 e com uma comissão chefiada por Paulo Teixeira Pinto, PPC está dominado pela alucinação de rever a CRP para eliminar e limitar direitos fundamentais da cidadania e do exercício democrático. O Prof. Jorge Miranda disse-o de outra forma em Dezembro de 2012:
"Há um programa, o projecto de revisão constitucional do doutor Passos Coelho de 2010/2011, em que há um projecto de refundação do Estado num sentido que tem sido chamado de neoliberal. Acho que há esse projecto por detrás dessa ideia de refundação."
Agora brinco eu em estilo abrasileirado: criem-se as condições porque "ditador de araque"já temos. E para apoiar o gabinete do Coelho até contamos também com um ministro providencial, irrevogável mas revogado, que pode ser uma espécie do Dr. Castro Fernandes da era moderna.
Sem comentários:
Enviar um comentário