Fonte: The New Yorker
Obama, depois dos dois últimos debates, começou a destacar-se na frente da generalidade das sondagens – o ‘The New York Times’, em texto de Nate Silver em ‘Five Thirty Eight’ considera que o ‘momentum’ de Rommey estagnou.
A notícia agrada-me. Somente por uma razão: se Rommey conquistar a presidência dos EUA, o mundo, ao estilo de Bush ou pior, multiplicar-se-á de complexidades. A Europa do Sul ficaria mais fragilizada sob o domínio da Sra. Merkel revigorado pela vitória de Mitt Rommey - nos G-8, G-20 e outros foros dos senhores do planeta.
Tem sido notório a ‘Europa’ ser tema ausente da campanha. Com a força crescente da China, seria natural que, na política externa, a trama da vida europeia tivesse feito parte da agenda. Pelo menos, Obama tinha a obrigação de a trazer à colação nos debates. Os candidatos ficaram-se pelo ‘Médio Oriente’, os países islâmicos e os pontos do globo onde o odor a ‘crude’ e a ‘petro-dólares’ é hipnótico – a força do lobby judaico nos EUA constitui outro fenómeno de poder e influência, também em matéria de política externa.
Rommey assestou as baterias contra Obama na direcção dos fracassos da ‘Economia’. Do meu ponto de vista, e embora compelido a desejar que vença, o presidente norte-americano falhou com estrondo e propositadamente na ausência de medidas para fazer finar, de vez e a nível mundial, o ‘Sistema Financeiro Internacional’ vigente que condenou, nos EUA e na Europa, milhões de cidadãos à pobreza e à miséria. Os benefícios da Economia viriam por arrasto –certamente de cariz diferente do almejado por Rommey.
Nomear Timothy Gheithner, o ex-menino de ouro da Goldman Sachs, Secretário do Tesouro; conservar Bernanke, outro ex-Goldman Sachs (GS), na Reserva Federal; ajudar a reabilitar esse nefasto exército multinacional da GS, de que fazem parte Draghi (BCE), o tal que ajudou à trafulhice das contas gregas, e Monti (PM de Itália). Isto significa aderir, com doentio e incompreensível entusiasmo ou maldade, ao elenco do ‘Inside Job’.
Apenas o tenebroso Rommey me força a ansiar a vitória de Obama… sem acreditar em nada de positivo - para pior já basta assim, diz a canção.
“Yes, we can… make the world people go down”, eis o refrão do hino Obama, Merkel, Hollande, Monti, Rajoy e muitos mais, entre os quais os pigmeus roedores de cenouras que sobrevivem do servilismo aos líderes de quem cumprem ordens.
Absurda, reconheço, é a minha posição em relação às presidenciais dos EUA. Sinto-me, porém, incapaz de optar pelo oposto.
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