Os hábitos sociais reflectem comportamentos, no quotidiano ou de longe em longe. Não se tratam, pois, de uma questão de tempo, mas de normas condicionantes dos nossos actos e atitudes comportamentais.
No domínio dos relacionamentos pessoais, a forma de tratamento que aplicamos aos nossos interlocutores é determinada também pelo estatuto social e profissional que detêm.
Em especial em Portugal, no Brasil e alguns países por nós aculturados, a relação, sempre submissa e às vezes cínica, é estigmatizada pela etiqueta pretensiosa do '‘senhor doutor” ou do “senhor engenheiro” – historicamente há autores que explicam o uso verbal dos títulos académicos como réplica da burguesia aos títulos nobiliários.
Tesos, e agora a tinir por todos os lados, se habituados, dificilmente vivemos sem títulos. É a pouca fortuna que nos resta.
A notícia da advertência formal – confesso que desconheço o que a distingue nos efeitos da informal – aplicada pelo MEC à Lusófona, além do mais, coloca em risco a subsistência de 89 licenciaturas, concedidas ao abrigo do famigerado regime de creditação profissional.
Pela minha parte, assevero estar muito preocupado com o Dr. (?) Miguel Relvas, a quem, salvo erro, foram concedidos créditos profissionais em 32 disciplinas, num total de 36 do curso. Arrisca-se a perder todo esse património académico obtido com sacrifícios e dureza incomensuráveis. Um árduo trabalho de dias, noites e longas semanas que vai cano abaixo.
Todavia, existem outros inconvenientes e nuances. Basta imaginar o embaraço de alguns membros do gabinete e dos motoristas Sim, se retirarem a licenciatura ao Dr. (?), ainda haverá pelo menos um deles, mas podem ser mais, a sofrer o dilema de interrogar:
“Ou Sr. Dr. agora passo a tratá-lo por Sr. Relvas?”
Que responderá Relvas? A expectativa de conhecer a resposta é a ‘suspense’ do sketch.
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