Na voracidade de polémicas e escândalos, matéria-prima da comunicação social, o episódio dos ‘ignorantes’ do conselheiro Borges começa a ficar eclipsado por outras histórias. Igualmente infelizes para os portugueses, diga-se.
O jornal “i” destaca, em título, que 17 ex-administradores da CGD recebem 2 milhões euros anuais, continuando no activo, no sector privado, a auferir remunerações elevadas.
O principal responsável do despudor é o governo de Passos e Portas. Tão ciosos no cumprimento, por excesso, do memorando da ‘troika’, pensam ser justo punir sem dó nem piedade milhões de portugueses com medidas de austeridade, cuidando de proteger os amigalhaços. Do desemprego (15,9% em Agosto, segundo o Eurostat) à retirada de subsídios, congelamento de reformas e pensões e diminuição de salários, o receituário aplicado desterra milhares de famílias para a pobreza e a miséria.
Dos que sabem de mais do modo de bem aproveitar as iniquidades do regime, não resisto à tentação de citar os impudentes João Salgueiro, Faria de Oliveira, Celeste Cardona, Carlos Oliveira Cruz, Mira Amaral, António Tomás Correia e Almerindo Marques.
Ao grupo citado, e à parte da CGD, existem outros a beneficiar de ganhos obscenos, como o rubicundo Catroga, Luís Filipe Pereira e o reformado da Academia, António Barreto, hoje administrador da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Estes e outros antes citados, e muitos, muitos outros, formam um extenso bando de abutres cuja caça ao vil metal o governo não condiciona.
Parte deles passa pelas TV’s, ou para falar de gorduras e pentelhos (Catroga) ou, nos últimos tempos, para criticar a ousadia da saída à rua do povo português. Sobretudo o 15 de Setembro, rigorosamente apartidário, encheu o país de acções de protesto, com uma dimensão humana há muito não vista. Gente de todas as idades e oriundas de diversos estratos sociais, sublinhe-se.
Pelo que tenho lido, deduzo que a rua os começa a amedrontar. Não vá um dia os cidadãos em protesto perder de vez a paciência e projectar essa imoral gentalha para os baixos padrões de vida a que a maioria dos portugueses esá sujeita.
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