Dois dias antes de 7 de Setembro em que Passos Coelho anunciou as mexidas da TSU, a penalização de 7% nos salários e o benefício de 5,75% dos empregadores, já o governo, através do SE, Paulo Núncio, havia publicitado o objectivo de agravar o IRS, através da redução de escalões.
Causa-me, pois, perplexidade ouvir, ver e ler, na comunicação social, comentadores supostamente informados a raciocinar à volta de uma falsa relação entre ambos os casos, TSU e IRS.
Ainda hoje no ‘Público’ se escreve isto:
Ao longo do artigo, o autor, em alguns passos, reincide no equívoco.
A confusão é absurda. Basta pensar que parte significativa do agravamento da TSU dos assalariados se converteria em receita das empresas. Remanesceriam como receita do Estado os agravamentos nos descontos da função pública e o diferencial de 1,25% do sector privado. As receitas esperadas para as finanças públicas estimavam-se entre 500 e 600 milhões de euros. Muito abaixo dos cerca de 3 mil milhões, dos “enormes impostos” de Gaspar.
É importante, como escreve Manuel Carvalho da Silva, ter em conta que, o governo, através da política de empobrecimento, custe o que custar, se propunha estabelecer um sistema cumulativo de esbulho (agravamento de TSU e de IRS).
Rogo aos senhores de ar emproado e fiscalistas de ocasião: “não digam asneiras, por favor.” O governo tentou cometer um “assalto à mão armada”, ainda de maiores proporções – esta é a verdade, utilizando a linguagem do insuspeito Marques Mendes.
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