A viagem mais económica de Coelho foi aquela que a imagem documenta. O proprietário do tractor não lhe cobrou um cêntimo e o actual PM ainda teve, no mínimo, o ganho de dois votos: um do agricultor e outro do empregado tractorista.
A comunicação social, com a SIC no comando, tonitruante e repitiva na notícia, bem se esmerou na exibição do 'soundbyte' de anunciar que Passos Coelho, para economia da despesa pública, tinha viajado em classe económica para Bruxelas. Inclusivamente, foi quantificada uma poupança de 2665 euros. Que rigor, meus senhores!
O 'Jornal de Negócios' mas também o 'Público' informaram a opinião pública de que, afinal, os membros do governo (ministros e secretários de estado) estão há anos isentos de pagamento pelo Estado à TAP das viagens de serviço que realizam. Apenas em relação aos técnicos que lhes prestam assessoria, e não se sabe se todos, o mesmo Estado paga passagens àTAP.
O episódio é um epifenónemo. Dentro de algum tempo, a dita economia desaparecerá da memória colectiva. Mas, a nosso ver, o facto é revelador de falta de maturidade de Passos Coelho, e eventualmente de outros membros do governo. Na ânsia populista da propaganda, proclamou aos portugueses uma falsa poupança.
E, em jeito de remate, há a acrescentar que Coelho ficou com um dilema: ou altera a regra e o Estado verá aumentada as despesas de governantes em viagens aéreas e a TAP é ressarcida, ou continua tudo na mesma. O que sucederá?
Uma vez que a TAP é uma empresa pública, o impacto nos cofres do Estado em termos de poupança inerente ao acto de pagar ou não pagar bilhete é sempre inexistente, uma vez que o dinheiro que sai do orçamento do Governo ("cofres do Estado") entra para a conta da TAP ("cofres do Estado").
ResponderEliminarA diferença em usar classe económica ou executiva manifesta-se sim quando, ocupando lugares em classe económica em vez de executiva, a TAP pode vender os bilhetes que ficam na classe executiva e que são mais lucrativos do que os da classe económica, daí permitindo um aumento das receitas da TAP, e consequente poupança dos "cofres do Estado" nos gastos com a TAP, já que esta actualmente dá prejuízo.
Caro Anónimo,
ResponderEliminarO Estado não paga e a TAP não recebe. Mas o que o Coelho fez, com sonora propaganda, foi proporcionar mais uns trocos à transportadora por libertar um lugar na executiva, partindo do princípio de que todos os lugares foram ocupados. O Sr. sabe? Eu também não.
Também não é discipiendo considerar que no 'soundbyte' expandido foi mencionada em vários órgãos da comunicação uma economia para o Estado de 2665 euros. Como?