A JSD tem tido ao longo dos anos muitos militantes e apoiantes na Faculdade de Direito de Lisboa. Ao estilo de juventude partidária dominante de que tem gozado naquela faculdade, organizou um ciclo de conferências onde membros do governo foram vender o seu peixe; em especial, impingir a reforma do Estado, dos tais 4 mil milhões que, na prática, deixaram os 'laranjas' a falar sozinhos - Portas, ardiloso e sinuoso, tem sabido contornar a questão na opinião pública.
Na sessão dos 'jotinhas laranjas', compareceu, em primeiro lugar, o ministro Álvaro dos Santos Pereira. Como tem aquele ar de 'melhoral'(*), que não faz bem mas também não faz mal, lá se safou em paz. Discursou sem ser perturbado e foi-se embora, tranquilo e contente, para o ministério.
O cabo dos trabalhos foi quando Passos Coelho e o seu batalhão de seguranças entraram nas instalações. Tinha à sua espera um numeroso grupo de estudantes que, mesmo não entoando o 'Grândola, Vila Morena', lhe cantou das boas, a contestar propinas, o projecto de Bolonha e a falta de medidas de acção social por parte do Ministério da Educação.
Coelho, que acredita em bruxas e interiorizou que a contestação apenas "está na moda" (sic), ouviu das boas dos estudantes que o esperavam à entrada e à saída da sala do evento.
Curiosa foi a interpretação do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve presente. Criticou os elementos da JSD, por não terem saído antes do primeiro-ministro da sala onde decorreu a conferência, para o proteger. Provavelmente, o conhecido professor pretendia uma espécie de simulacro de acto de 'guerra civil': 'laranjinhas' e opositores tudo embrulhado e à pancada.
A vasta equipa policial demonstrou o interesse de guardar o primeiro-ministro, não actuando sobre estudantes - se a polícia se portar sempre assim...
(* 'Melhoral' era a marca de um antigo analgésico ou antipiréctico que penso já não existir no mercado).
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