A ministra Albuquerque reuniu-se em Londres com “investidores bem informados” e “optimistas”. A senhora ficou
eufórica. Os tais investidores topam-na à légua e estão convictos de que, com
mais ou menos polémica, Portugal sairá do PAEF com, pelo menos, uma carta de
conforto das autoridades europeias – CE e/ou BCE – desde que a Alemanha e os
neo-sudetas austríacos, finlandeses e holandeses estejam dispostos a avalizar o
compromisso… e com uma cunha do Gaspar ao Schäuble e outra do Coelho à Merkel não
será impossível.
Todavia, é oportuno interrogar: de
que género de investidores fala a ministra? Justamente dos especuladores dos
mercados financeiros, dispostos a comprar dívida em condições de riscos
minimizados. Enfim, trata-se de mais uns clientes para as obrigações do IGCP de
Moreira Rato.
O que seria vantajoso e
interessante para o País é que fossem investidores na Economia Portuguesa e
que reforçassem o aparelho produtivo na indústria, na agricultura e nas pescas –
tanto mar!, expressão do Chico Buarque de que Cavaco se apropriou.
O tecido produtivo alargado a
outras actividades, que adicionassem valor às exportações do calçado, do
vinho, da cortiça e do que é mais comum exportarmos, não constitui um ‘dossier’
da ministra das finanças.
Competiria ao Pires, ajudado agora pelo Frasquilho, desenvolver outro
tipo de prospecção no sentido de encontrar novos investidores na Economia. Contudo,
não sabem ou não conseguem. E, assim, temos de nos contentar com os
especuladores.
A dívida pública portuguesa, sob
protecção dos alemães, é um investimento de risco controlado. Sim, eu sei que
os bancos alemães já venderam grande parte da dívida que detinham, mas isto
quer dizer que, se forem outros a financiar, eles pedem ao Draghi uma simulação
de protecção eficaz na aparência. E imaginação do ex-Goldman Sachs, que ajudou a
Grécia a baralhar as contas, será útil e, inevitavelmente, prodigiosa.
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