terça-feira, 15 de abril de 2014

Os políticos de hoje e o currículo de Rangel

Paulo Rangel, ex-presidente do grupo do parlamentar dos tempos de Manuela Ferreira Leite, bate forte e feio em António José Seguro, porque Martin Schulz, do SPD alemão, mudou para o campo dos opositores da ‘mutualização’ de dívidas na Europa. Quem mudou de posição, na essência, foi o SPD ao coligar-se com o par CDU/CSU de Angela Merkel. 
Schulz submeteu-se ao partido, à luz dos cânones da teoria e da práxis política da pós-modernidade, onde prevalece a falta de ética, os políticos amantes do sacrifício pela pobreza de milhões de cidadãos no universo e a protecção de multimilionários. Sem carácter, nem palavra.
Schulz é um dessa horda infame de políticos europeus e António José Seguro, sem formação cultural e política, além daquela que adquiriu na ‘jota’, está a recolher os resultados da desinformação que o fragiliza.
Paulo Rangel, um errante sem escrúpulos da política, já foi de tudo e de todos no braço direito do ‘arco do poder’. Quando trabalhou como advogado na Osório de Castro, Verde Pinho, Vieira Peres, Lobo Xavier & Associados, convidado por Xavier filiou-se no CDS-PP (2001). Quando Aguiar-Branco foi ministro da Justiça, desempenhou o cargo de secretário de Estado Adjunto desse ministério, transferindo-se para o PSD (2005). As deambulações de um homem sem coerência nem vergonha levaram-no a transferir-se para apoiante de Manuela Ferreira Leite, sendo nomeado presidente da bancada ‘laranja’. Para terminar a gincana, candidatou-se a dirigir o PSD e foi derrotado pelo actual líder, Passos Coelho.
Todo este sinuoso percurso é capítulo fulcral do currículo de Rangel. Que autoridade moral tem este homenzinho, que se curva e inclina com demasiada facilidade, para questionar quem muda de comportamento político? – Embora se trate de um trafulha como ele, chamado Schulz e alemão genuíno. Que pode fazer Seguro ou quem quer que seja para impedir o homem de dizer uma coisa hoje e amanhã o contrário?
Seguro se é vulnerável é pela sua própria insegurança em relação a domínios e políticas estratégicas para o País, e em especial as hesitações em termos de como gerir a dívida. O PS, acha Rangel, tem alguns militantes de topo que pensam diferente de outros acerca de reestruturação que, para os honestos e conhecedores de semântica, não significa ‘perdão de dívida’ – talvez seja uma interpretação do léxico tecnocrático anglo-saxónico que o ‘manifesto dos 74’ descarta.
Se no PS uns defendem uma solução e outros outra, ao citar o ‘manifesto dos 74’, pergunto a Rangel o que pensa ele da subscritora Dr.ª Manuela Ferreira Leite? Não responde. Como nada nos diz do servilismo demonstrado e exercido por Passos Coelho na submissão a Merkel, esta sim, muito mais lesiva para os portugueses do que um incoerente, político de terceira, chamado Schulz. No fundo, alma-gêmea de Rangel.  

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