O ruído iniciou-se Sábado, na
entrevista de Barroso ao ‘Expresso’. O Zé Manuel era primeiro-ministro ao tempo
de, no BPN, se terem cometido atrocidades que, pensa-se, vieram a onerar entre
5000 e 7000 milhões de euros os contribuintes portugueses – o valor real de contas
falsas e dolos está longe de ser conhecido com rigor. É natural que o fugitivo
PM se sinta acossado.
Do subconsciente jamais expurgou
a vergonha, se é que a tem, não resistindo a perorar indirectamente, entre
outros, Oliveira e Costa, o padrinho Cavaco, efémero mas accionista do fétido
projecto, e Dias Loureiro, conselheiro privilegiado e influente no programa de
governação de Barroso.
Vítor
Constâncio, então governador do Banco de Portugal, foi acusado pelo ainda
presidente – na verdadeira acepção dos poderes exercidos jamais o foi – da Comissão
Europeia. É aceitável que a supervisão do Banco de Portugal seja posta em
causa, mas de forma consistente, transparente e em local próprio, a fim de que
os portugueses venham a saber toda a verdade pelas estruturas da justiça.
Mais ainda: se o Banco de
Portugal teve responsabilidades, também as tiveram outras
entidades que trabalhavam directamente com as contas do BPN – e porque se
omite a SLN?!. O caso caiu sob a alçada do sistema judicial, competindo a este,
impelido pela gravidade, ser célere e justo no julgamento de todos arguidos.
Tentar mascarar o lesivo ‘processo
judicial’ para o povo português em pérfida luta partidária é infame e um
atentado contra a inteligência de muitos cidadãos. A nível partidário, o caso
BPN já foi suficientemente dirimido através de inquérito, muito mediatizado, na
AR; mas, como qualquer outro, foi inconsequente. É pura e simplesmente desonesto
Barroso, de imediato mimetizado pelo aberrante fanfarrão Nuno Melo do CDS-PP, vir
deslocar para a discussão público-partidária o grave caso ‘BPN’ que, na
essência, foi assimilado e está em fase de audiências no ‘sistema judicial
português’.
Oxalá os homens e mecanismos da
justiça portuguesa, ao menos uma vez, façam cumprir a Lei para punir quem se provar
ser culpado, chame-se Oliveira e Costa, Dias Loureiro ou Arlindo de Carvalho –
todos governantes cavaquistas; ou mesmo Vítor Constâncio e profissionais da
supervisão do Banco de Portugal que, provadamente, se venham a revelar
responsáveis por imprevidência na acção de combate a golpadas de vulto que
desabaram sobre os portugueses – trabalhadores activos, reformados e até
desempregados e outros desventurados alvo de reduções nas prestações sociais e
no agravamento “enorme” de impostos.
Oxalá que, desta vez, ‘os de
colarinho branco’ sejam julgados. Neste caso, deixem-se de lutas partidárias! Estas,
para os mais sensatos, não são divertidas, mas ofensivas.
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