O governo quer, a todo o custo,
usar a alternativa da ‘saída limpa’. A coligação PSD+CDS prioriza as ambições
eleitorais – ‘que se lixem as eleições!’ era treta do Coelho – deixando para
segundo plano a gestão dos interesses supremos do País, no caso as finanças
públicas.
Ao contrário das acusações
inflamantes ao estilo de Barroso a Constâncio, a ministra Albuquerque e
respectiva equipa recorrem à vil malícia de insinuar pela calada que CarlosCosta, governador do BdP, não actuou junto do BCE sobre uma cláusula imposta
por Draghi.
Apenas uma agência de ‘rating’, a
menos conhecida DBRS, canadiana, tem uma notação acima de lixo atribuída a Portugal. Caso essa classificação se deteriore, o BCE cortará o
financiamento aos bancos portugueses para financiar dívida portuguesa. Esta é a
ameaçadora regra contra a qual Costa é acusado de não se ter batido pela revogação no
BCE. Como um governador, em órgão que integra todos os que desempenham cargos
congéneres na Zona Euro, só ele, no entender do governo, tivesse êxito
assegurado na iniciativa.
O Banco de Portugal, sob a
governação de Costa, ainda agora em Março passado publicou previsões
macroeconómicas muito favoráveis ao governo, em período de pré-campanha
eleitoral. Todavia, a ingratidão é tão grande como a baixa de probabilidade das
previsões acertarem.
Se a Moddy’s, Standard &
Poors e Fitch, embora não concorde com a força que lhes foi concedida mas é a
regra, sim, se essas agências mantêm Portugal no lixo é pura e simplesmente
porque o governo não conseguiu retirá-lo da lixeira.
Estar dependente da classificação
de uma única agência é resultado da política governamental. Os mercados são, de
facto, muito voláteis. Esta manhã, abriram com a taxa a 10 anos a agravar-se em + 0,90%, o que corresponde a 3,915%/ano. E esta volatilidade é um
enorme risco, acentuado pela motivação eleitoralista de uma saída limpa e contando com a
fragilidade marcada pela nossa dívida, pelo desemprego e uma economia ainda
em meia depressão.
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