quarta-feira, 29 de junho de 2011

Se o povo sai à rua...

Angel Merkel congratulou-se com a aprovação das medidas de austeridade pelo Parlamento da Grécia. "É uma excelente notícia", disse ela. O mesmo já não pensam nem dizem os cidadãos gregos que continuam a exprimir sentimentos e acções de revolta, não hesitando em recorrer a violentos confrontos com a polícia. As imagens captadas hoje constituem o paradigma da contestação popular em Atenas:


Nós por cá, à escala do povo sereno que somos, também começamos a ter gente na rua. Hoje, em Viana do Castelo, a ameaça de despedimento de cerca de 300 trabalhadores trouxe para o espaço público cerca de 3.000 manifestantes, como a imagem documenta:

Foto da LUSA

O novo Ministro da Defesa, Aguiar Branco, disse que o despedimento colectivo dos Estaleiros de Viana do Castelo é um problema do anterior governo. Garantiu que o vai estudar. Suponho que encontrará uma boa solução para os trabalhadores, erodindo, assim, o mal que herdou. Que peça ajuda ao seu deputado pelo círculo de Viana, Carlos Abreu Amorim. Se for tão lesto na acção como na teoria discursiva, o assunto ficará bem resolvido, de certeza.
Com as devidas diferenças entre os acontecimentos em Atenas e Viana do Castelo, há um fenómeno que os políticos terão de ter em conta: se o povo se habitua a sair à rua e as moles de descontentes estão em dilatação, não é apenas com as tradicionais políticas palacianas que as satisfazem. O desemprego é elevado, a pobreza estende-se, a miséria aprofunda-se e os rastilhos multiplicam-se.

2 comentários:

  1. Resta-nos uma solução! Saír mesmo à rua antes que se passe fome ( mais ). Somos um povo pacifico, sim! Mas....não são só mais sacrificios que teremos que fazer. Que sacrificios têm feito os governantes? Onde está a credibilidade dos governantes? Que têm feito sem ser o papel de " fósforo "?

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  2. Quando o poder político pensa que pode caminhar sem reservas e limitações contra os direitos mais elementares dos cidadãos, pode haver um dia em que explosões sociais possam detonar com violência. Na história temos vários exemplos. E na vida contemporânea também, mais a mais com eficácia das 'redes sociais'.

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