Conheci-o num bar-restaurante junto às piscinas do Belenenses, no Restelo. Então, acompanhava um filho ao local da prática de natação. Estabelecemos poucas e fugazes conversas. Mas, ainda assim, suficientemente enriquecedoras para mim. Diria que de forma entusiasmada e embevecida, aprendi a escutar o Professor com empenhada atenção; atenção própria de quem foi, aleatória e espaçadamente, privilegiado, a nível individual, com a oratória do homem culto e de sólida sabedoria. Fazia mergulhar o modesto discípulo no imenso mar de temas e problemas da sociedade humana.
Senti sempre profunda admiração pelo Professor Adriano Moreira, embora discordasse do ideário político; todavia, concordei sem hesitar com as sinceras preocupações que me manifestou, em relação a iniquidades, injustiça social e falta de ética na política.
Jamais vou esquecer-me da fala serena, musicalmente pausada, do sorriso e da capacidade de comunicação sustentada em cativante simpatia e transbordante humanismo.
Para perceber quem era o Professor, esta carta da filha, Isabel Moreira, constitui um testemunho precioso e de rara beleza – emociona, transporta-nos para o amor e a ética da relação entre um pai e uma filha.
Na sociedade actual, monetarista, egocêntrica, hedonista, individualista e de famílias desestruturadas, avivar essa relação paterno-filial reconstitui valores em rarefação.
Parabéns Prof. Adriano Moreira!
Parabéns Isabel Moreira!
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