Curioso e raro fenómeno é a coincidência da contestação à redução da TSU aplicada ao trabalho por parte dos empregadores. Belmiro de Azevedo, cujo poder de análise não está ao alcance de míopes coelhos, foi dos primeiros a manifestar-se contra – e se ele gosta de ganhar dinheiro! Sabe, porém, que a medida lhe prejudica o negócio.
Agora, com formalidade e objectividade mais institucionais e respeitáveis, foram os industriais de calçado a garantir que a descida da TSU não cria benefícios para o sector e, portanto, não gera a criação de emprego que é objectivo reclamado pelo governo e pela ‘troika’.
Um dos empresários, neste vídeo, chega mesmo a considerar que, nos custos de produção do calçado (matérias-primas, gastos gerais de fabrico e mão de obra directa e indirecta), os custos com pessoal representam apenas 10%. Isto significa que a quebra da TSU se limitaria a uma redução de 0,575% no total dos custos de produção (10%x 5,75% = 0,575%).
A economia se já é irrisória ao nível do custos de produção, em termos de preço final ainda mais insignificante se torna.
Trabalhei 26 anos em Comércio Internacional (Covina, Quimigal/DOS detergentes e produtos de higiene pessoal e Sociedade Nacional de Sabões). Recuso-me a acreditar que em alguma empresa haja quem desperdice uma oportunidade de exportação por não descer 0,3%, ou mesmo 3% que fossem, no preço de venda.
Entretanto, a ser levada por diante a medida, a lesão da Tesouraria da Segurança Social será duradoura, penosa e - quem sabe? – insanável.
Gaspar e Álvaro nunca viveram a experiência profissional em qualquer empresa industrial. Coelho foi empregado e administrador de empresas de Ângelo Correia. São incompetentes e socialmente insensíveis. Mais explicações para quê?
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