A reunião do CE
Da reunião do Conselho de Estado o facto relevante é o medíocre conteúdo do comunicado.
Servirem-se da imprensa a fim de desviar as atenções para o facto de apenas uma minoria de conselheiros do PSD terem apoiado Pedro Passos Coelho (PPC) é mero exercício de distracção, trocando o acessório pelo essencial. Sim, o que se esperava do dueto Menezes e Mendes? A consonância com o chefe, hoje este, amanhã outro, é o meio subsistência de carreiras políticas críticas para o curriculum de ambos os falhados.
O comunicado do CE
O comunicado, veículo de informação aos cidadãos da prolongada sessão de trabalho do CE, é um documento vazio na substância, organizado ao estilo de peça de reportagem banal. Informa, apenas, minudências do óbvio. Nos pontos 6 e 7, por exemplo, refere aquilo que os cidadãos já haviam conquistado ou sabido: o governo recuou na TSU e os parceiros da coligação suspenderam os arrufos. Antes, o ponto 5 é o repositório de tudo o que o governo, e mesmo o principal partido da oposição, nos repetem a cada instante: dependência de financiamento externo e austeridade é para continuar.
O artigo de ‘The Economist’
Os movimentos nas ruas de 15-Setembro manifestaram, de forma clara e massiva, a recusa de mais austeridade e colocaram a descoberto, perante o mundo, que afinal os portugueses não constituem o tipo de povo subserviente, manso e de típico masoquismo que nos distinguia assim tanto dos espoliados gregos.
A contrariar a imagem de passividade a nosso respeito, propalada pelo mundo fora, e por maioria de razão, ampliada na Europa tutelada pela Srª. Merkel e seus aliados, a revista “The Economist”, cujo posicionamento é de direita, publicou em 22 de Setembro, um artigo que considera irremediavelmente fragilizado PPC e a coligação governamental, em função da desumana austeridade do governo.
Apresentamos aqui a tradução, de nossa responsabilidade, do artigo de “The Economist’, cujo teor é mais sábio e pragmático do que o tal comunicado do CE que, além de superficial, forja a ideia de unanimismo dos conselheiros; o que é meramente retórico e artificial. Uma vez mais, a burrice de querer fazer passar os portugueses por “burros”.
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