As relações dos partidos da coligação, PSD e CDS, estão a atravessar uma fase difícil. Uma espécie de crise conjugal que, embora sem divórcio à vista, vai corroendo o matrimónio.
Depois do episódio da RTP, apenas congelado e não resolvido, chegou o desacordo sobre a ‘Nova Lei Autárquica’ que os parceiros pretendiam propor ao País.
O PSD defendia que fosse instituído um modelo de executivos autárquicos homogéneos na nova lei – a vereação seria, por inteiro, do partido vencedor.
O CDS, por seu turno, não abdica da opção por executivos maioritários, mas integrados no remanescente dos mandatos, por vereadores da oposição.
Em síntese, a ideia do poder absoluto do PSD foi rejeitada pelo CDS, partido minoritário e naturalmente perdedor no caso de aprovação da alternativa ‘laranja’.
Há umas quantas ilações que podemos extrair desta história. Destaquemos duas:
- O PSD de Passos Coelho, já o demonstrou diversas vezes, não é ferveroso adepto de modelos autenticamente democráticos, sobretudo do respeito por direitos de minorias.
- Trata-se de mais um falhanço negocial do ministério de Miguel Relvas a quem, de facto, recomendo que se retire da política activa, para obter mais umas quantas equivalências e tornar-se, de facto, em homem de Estado minimamente competente – trocar defeitos graves por virtudes que a ética impõe na política também é imperativo.
Se Relvas perdurar no governo sob a protecção de Coelho, o risco de do governo se converter em casa às avessas aumenta consideravelmente.
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