sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Os Indignados 15-M: Madrid aqueceu



A blindagem policial da Puerta del Sol não desmobilizou o 'Movimento 15-M'. Os chamados indignados escolheram um local alternativo no centro de Madrid. Desceram a Gran Via e instalaram-se na Praça Cibeles, frente ao Ministério do Interior.
Segundo o 'El País', o número de manifestantes foi de algumas centenas. Dos confrontos com a polícia, documentadas pela imagem, resultaram 20 feridos, entre os quais 7 polícias.
A luta dos manifestantes, lembre-se, é motivada por situações desesperantes. Devido à elevadíssima taxa de desemprego em Espanha, acima dos 20%, os 'indignados' combatem a segregação social que os lança na pobreza e a muitos até na miséria.
A crise europeia, de que Espanha e Itália são os epicentros da erupção actual, entrou em nova aceleração e não há líderes políticos à altura de criar um projecto de solução. Capaz de concentrar as políticas na protecção do tecido humano e coesão social dos países da UE; em simultâneo, afrontando e reduzindo à mínima expressão o poder dos tais mercados e investidores que, despudoradamente e desde 2008, têm submetido vastos milhões de pessoas a penosas vidas enxameadas de carências extremas, incluindo a fome. Isto, diga-se, numa Europa que foi o paradigma dos benefícios do Estado Social.
Os políticos europeus, a continuar a demonstrar falta de visão e competência, submetendo-se aos caprichos da D. Merkel, provavelmente estarão a subvalorizar a hipótese de um dia destes haver a explosão da 'bolha social'. E a fase de pré-explosão, como se vê, já se iniciou nos países do Sul da Europa. O que não significa que o fenómeno não se alastre ao Centro e finalmente ao Norte. Basta ver o constante bailado de Sarkozy, para se perceber, por exemplo, que a dívida da França não permite ao presidente francês interromper o rodopio à volta de Berlim.


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