Um dos 'slogans' da coligação PSD-CDS foi, à partida, a identificação dos dois partidos com os princípios e objectivos da governação; isto, é claro, para além dos compromissos decorrentes do 'Memorando da Troika' que ambos subscreveram, na companhia do PS.
Entretanto, e descontando o azedume entre Portas e Jardim na Madeira, começam a haver dissonâncias no próprio PSD e entre os parceiros de governo.
Carlos Abreu Amorim, que tanto porfiou que chegou a deputado, criticou duramente o Ministro da Economia, o modesto Álvaro, por este admitir que a opção de Portugal em relação ao TGV só será tomada em Setembro. O projecto não está suspenso, acusa Amorim, não respeitando o compromisso eleitoral dos partidos do Governo. Por sua vez, O CDS não está seguro de que o governo, de que é parte, venha a suspender o TGV. E, qual cereja em cima do bolo, o deputado laranja, Campos Ferreira, entre afirmações difusas e confusas, assegura que o programa do governo se refere a reavaliação e não à suspensão da ligação de alta-velocidade a Espanha.
Enfim, começa a haver sinais múltiplos e evidentes da falta de coesão nos partidos do governo. A preocupação nos blogues pro-governamentais já é explícita.
Uma vez que temos um Presidente, uma maioria e um governo, não deixa também de ser curiosa a divergência entre o que Cavaco diz ser teoricamente estranho e Portas aplaude nas propostas franco-alemãs. O PR refuta a ideia da inscrição constitucional do limite do endividamento, desejada pelo par Merkel e Sarkozy.
A crise é grande, mas ter políticos deste nível não ajuda nada. Recorrendo a linguagem de ferroviários, pergunta-se: será que a coligação vai descarrilar?
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