quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O discurso do mullah na mesquita do Pontal

festa do PontalSegundo as notícias, reuniram-se, ao todo, cerca de 1.500 fiéis; muito abaixo dos tais 2 mil e tantos inscritos, a caminho dos 3 mil, que o Prof. Marcelo previu no domingo passado na TVI – acho que o ilustre comentador é um relapso mentiroso; outros dizem tratar-se de erros de previsão… paciência!
Naturalmente, estiveram presentes os militantes, mulheres e homens, que hoje dominam o aparelho ‘laranja’, entre os quais moedas e outros valorosos trocos e ainda as Marias, as Franciscas e as Teresas, todas leais ao mullah Coelho.
Discurso de mullah é isso mesmo, discurso de mullah. Está condicionado pelo conteúdo dos textos sagrados, é mero exercício litúrgico e nem sempre suscita entusiasmos nos fiéis.
O mullah não poderia, nem saberia, ser um orador brilhante e transcendente. Aflorou de fugida os temas do desemprego e da quebra do PIB, retomou habituais caminhos da comunicação tautológica, recuperou o tema da “regra de ouro” e, para terminar em espectacular estenderete, entrou em contradição:
Há semanas, num hotel em Lisboa, o mullah garantia: “estou a lixar-me para as eleições”.
Ontem, segundo o Expresso, garantiu aos fiéis ter a ambição de renovar o mandato.
Enfim, o mullah revela-se perturbado e desorientado. E, qual cereja em cima do bolo, acabou a prometer que 2013 será o fim da recessão.
Esta última anedota, em que nem os mais leais intimamente acreditam, faz-me lembrar uma passagem de um monólogo de Jô Soares no CCB, em 2005.
A certa altura, o actor descrevia as peripécias de um homem que, por impedimento da mulher, se viu forçado pela primeira vez a ir às compras ao hipermercado, sozinho. Depois de mil e uma trapalhadas, o desgraçado retira da prateleira uma lata de feijão, cuja validade expirava à meia-noite desse dia. Tirou mais latas e o prazo de validade era sempre igual. Então, revoltado, acabou por se interrogar:
“O que se passará dentro da puta desta lata à meia-noite para que o feijão fique deteriorado?”
Do meu lado, pergunto ao mullah:
“O que se passará na puta desta terra à meia-noite de 31-Dez-2012 para que a recessão do País termine aí?”
Só aqui para nós: o mullah não sabe, nem acredita.

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