Em Novembro passado, a notícia da ‘onda gigante na Nazaré’ correu mundo. Assumo que, como fenómeno natural, a imagem foi avassaladora e empolgante; desde que observada, a meu ver, a prudente distância.
O mar, porém, em infinito movimento, mais a mais na Nazaré, pode ser tão generoso quanto salteador de vidas, sem constrangimentos quanto ao estatuto social. Umas vezes as vítimas vivem da faina pesqueira, outras são banhistas incautos que a permissividade das autoridades e libertina liberdade conduzem à aventura.
Há três anos, na Praia Maria Luísa, no Algarve, morreram cinco veraneantes em consequência da derrocada de arribas, em acidente paradigmático dos riscos da escolha de tais locais para repouso.
Apesar da ceifa em minutos de cinco vidas e de abundante informação televisiva entretanto difundida, persiste o hábito do Sr. Ambrósio ou da D. Hermengarda, às vezes na companhia dos netos, se sentarem tranquilamente à beira de arribas em risco de desmoronamento.
Podemos desfrutar de boas praias - A Nazaré, quanto a mim, não é uma delas. Temos excelentes areais e zonas de mar de suaves movimentos. Continuamos, porém, a ter turistas sem tino, nacionais e estrangeiros, e autoridades marítimas incapazes de impedir ou, se for o caso, punir os abusos.
Temos, pois, dunas, ondas e os perigos que os inconscientes decidem enfrentar, em alguns casos até à morte. Em ambiente de incongruente permissividade.
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