segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Petróleo: PIIGS, os mais punidos da Zona Euro

West Texas Intermediate (WTI) é a designação de petróleo negociado nos EUA. A cotação na bolsa de Nova Iorque, esta manhã, estava fixada em 96,40 US dólares o barril. Por sua vez o Brent é o petróleo transaccionado na Europa e o preço do barril na praça londrina era de 114,23 US dólares por barril – o preço do Brent superava, pois, em 18,5% o do WTI.
Preço: a desvalorização do Euro face ao Dólar dos EUA
A desvalorização do Euro face ao Dólar é outra razão óbvia e decisiva para o agravamento de preços na Europa, em especial na Zona Euro onde não existe um único país produtor de petróleo. 
Outras razões são aduzidas para o aumento de preço; o ‘Público’ valoriza os conflitos no Médio Oriente; o ‘Jornal de Negócios’ refere o acréscimo da procura dos EUA, associado ao aumento de produção e oferta da Arábia Saudita.
Há um factor muito particular a fazer diminuir o preço do WTI em relação ao Brent: a falta de ‘pipelines” no Golfo força os fornecedores ao estrangulamento dos fluxos do petróleo abastecido aos EUA, com subsequente quebra de preços.
Os PIIGS são justamente os países mais punidos
Não gosto da sigla PIIGS, por ser uma forma grosseira e de maldosa segregação em relação aos países que a integram. Todavia, vou usá-la para facilitar a leitura do seguinte quadro:
% no Consumo de Energia a partir do Petróleo e Gás Natural Importados
percentagem de enegrgia consumida (2)
Os valores dos débitos externos dos países em causa, como o gráfico demonstra, não podem deixar de reflectir a elevado grau de dependência energética do exterior. Os efeitos repercutem-se de diversos modos: falta de competitividade generalizada do tecido económico, incluindo as frotas de transporte e utilitários de uso comercial.
Quando o nosso governo, a cego reboque da ‘troika’, em termos de ‘custos de produção’ de bens e serviços, se confina ao axioma da imperativa ‘revisão das leis laborais’ está a atingir vários alvos com a nefasta medida: os cidadãos em geral, a expansão do desemprego, e até o programa do próprio governo. A quebra de receitas fiscais na execução orçamental são iniludíveis demonstrações.
Enfim, se outros testemunhos fossem necessários para suportar o nosso ponto de vista, bastaria citar a queixa da TAP – tende a desvalorizar-se em lamentável e anti-estratégica alienação – ou a quebra de consumo de gasóleo de 11,6% em Junho passado.  
Em suma, o governo desgoverna, promove o desemprego e só produz migalhas de competitividade à custa do trabalho precário e mal remunerado. Eis os caminhos do neoliberalismo que, segundo Passos Coelho, em 2013 nos levarão ao milagre do fim da recessão. 

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