A 39.ª edição da Capital do Móvel, em Paços de Ferreira, é um evento tão apropriado para ser inaugurado pelo Ministro da Defesa, Aguiar Branco, quanto é da maior naturalidade ser o ministro Álvaro, um dia destes, a deslocar-se ao Afeganistão para se inteirar dos problemas no terreno dos militares portugueses e da sua articulação com outras forças internacionais. A incoerência começa a tornar-se mácula corrente do governo e os membros do executivo nem se dão conta dos estenderetes em que se precipitam.
Certamente influenciado por deformação profissional, advogado, e por exercer a pasta da Defesa, Aguiar Branco, no meio de tropeções e encontrões em mesinhas, mesas, cadeiras e cadeirões, defendeu com abnegação o colega Relvas e o conselheiro Borges. Retive duas afirmações:
- […] haverá “seguramente privatização da RTP” e o modelo “será anunciado, no momento certo, pelo ministro responsável da tutela” […] (Obs.: Não o nomeou, mas entendemos que se referia a Relvas e espero que este anuncie também a sua demissão).
- […] não foi “nenhum anúncio do Governo em relação a esta matéria”, mas apenas “uma afirmação” (Este desmentido não passa de um topete; basta ver e ouvir aqui o conselheiro Borges)
Branco acrescentou ainda que o serviço público pode ser exercido por uma empresa não pública. Pode sim senhor. E os portugueses sentem-no bem na depauperada vida a que estão submetidos. Sobretudo os efeitos de serviços prestados por ‘parcerias público-privadas’, PPP’s, contratualmente blindadas contra os interesses do Estado, ou seja, de milhões de contribuintes. Obra do saber e de arte espúrios de célebres sociedades de advogados. Fiquemos por aqui.
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