Ao ‘lobby’ pró-Angola do governo, de que o impudente Miguel Relvas é desembaraçado membro, juntou-se o puro lusitano António Borges. O homem de Alter do Chão cavalgou a bom cavalgar na TVI, diante da sorridente “grão-de-bico”, como diz uma familiar minha - Judite de Sousa, uma ex-RTP. Os 3 m e 21 s do vídeo são elucidativos.
Temos a tradição dos conselheiros, institucionalizada por Eça na figura do conselheiro Acácio. Como é natural neste tipo de gente, o Borges cumpriu o papel que lhe confiaram.
Pôs a montada em cima da RTP, e da RDP não esqueçamos, usando o cornetim para soprar estrépidos sons, entoando a hipótese de concessão do serviço público de TV e Rádio a privados, encerrar a RTP2, bem como a possibilidade de despedimento de mil ou mais trabalhadores pelo concessionário.
Até o CDS, partido do governo, através de João Almeida, reclamou contra a prestação pública do Borges, alegando não ser um actor original neste tipo de iniciativa, nem membro do governo.
Até o CDS, partido do governo, através de João Almeida, reclamou contra a prestação pública do Borges, alegando não ser um actor original neste tipo de iniciativa, nem membro do governo.
O pessoal da RTP, este mais visivelmente do que na RDP, incluindo o Director de Informação, Nuno Santos, revelou natural perplexidade. O Conselho de Redação reunirá no início da semana. Há também polémica sobre a constitucionalidade do modelo proposto pelo Borges, uma vez que no n.º 5, do Art. 38.º da CRP, pode ler-se:
5. O Estado assegura a existência e o funcionamento de um serviço público de rádio e de televisão.
Este preceito constitucional, a meu ver, não é produto da divisão preconceituosa entre direita e esquerda; é essencialmente um princípio consensual, para defesa do interesse e da soberania nacionais. Relvas, Borges e outros já pensaram nas consequências da RTP cair, de mão beijada, nas mãos de empresários cleptocráticos angolanos? Chamem-se ‘Newshold’ ou ‘Kinaxixi Chanel’. Qual é noção de serviço público dessa gente? Ainda por cima paga pelo Estado português a 140 milhões / ano.
O governo defende-se consecutivamente com o ‘memorando da troika’ para justificar dislates da austeridade imposta aos portugueses. Pois desta vez, e consulte-se o ponto 3.3.1 – Privatizações, pg. 14, concluirá que a privatização da RTP+RDP não é exigida por FMI-CE-BCE. Como não deveria ser a da TAP, da ANA, dos Correios de Portugal, da EDP e da REN. Nem haver Borges, nem Catrogas, Mexias e outra gentalha sem princípios de solidariedade.
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