Começo por regozijar-me com a análise de José Gomes Ferreira, no Jornal da Noite da SIC. Nem sempre concordo com as ideias e os pontos de vista dele sobre a Economia Portuguesa; em particular, algumas cedências às opções do governo de Passos Coelho a Merkel, executadas com mestria por Vítor Gaspar sob a aprovação com distinção de Schäuble.
Gomes Ferreira denunciou, com clareza, a estratégia demagógica da maioria, ao anunciar a redução de 4 para 3,5% a sobretaxa do IRS. Também criticou, uma vez mais, a pesada carga fiscal a que os portugueses ficarão sujeitos no próximo ano. Montenegro (PSD) e Magalhães (CDS) foram incumbidos do drama de anunciar a ‘boa nova’. Teatro trágico.
Sem opções à obsessiva austeridade e igualmente incapaz de reclamar outras políticas da ‘troika’, antes pelo contrário elegendo o empobrecimento como caminho para a felicidade, Passos Coelho merece ser contestado diariamente, nas ruas, nas televisões e nos diversos areópagos da política, para lhe fazer sentir que deverá partir quanto antes.
Quase meio século, este país já teve um idealista possidónio e medievo, fanático da pobreza do povo e de uma sociedade que, pelo idealismo do ‘orgulhosamente sós’, nos colocou na cauda da Europa. No caso de Coelho, estar com Merkel e com o ultra-neoliberalismo, conduz-nos caprichosamente a idêntico e infeliz destino.
É neste último aspecto que julgo positivo que Gomes Ferreira e outros como ele desmascarem as encenações e hipocrisias de um governo que, na coligação, conta com o ‘Partidos dos Contribuintes’. O chefe máximo deste, MNE, de cada vez que vai à ONU instala-se em hotel de ‘6,5 estrelas’, contando sempre com a solidariedade dos contribuintes para lhe pagarem as contas por mais elevadas que sejam.
Oxalá, o mais breve possível, se retirem os dois e Coelho se mude de Massamá para uma ‘Tabanca’ nos arredores de Bissau ou para o Musseque do Prenda ou da Boavista em Luanda.
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