quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O modelo de sociedade de Passos Coelho e correligionários

Omito propositadamente Portas, o terceiro homem do governo. Suficientemente conhecido por demagogias e outras tropelias, dispensa referências. De medalha de bronze no bolso, digere para si próprio o enxovalho a que o 1.º ministro e o suposto sábio e desumano Gaspar o sujeitaram.

Hoje uns, amanhã outros, o povo revolta-se na rua. Coelho, entre as várias características de uma personalidade moral e eticamente insana, ontem voltou a reafirmar ao País o doentio objectivo de submeter os Portugueses a uma prolongada e complexa miséria, sem fim à vista. Mesmo que o PR não aprovasse o orçamento, os estragos produzidos pelo financeiro Gaspar, para quem a Economia é apenas o veículo de libertação de receitas fiscais em queda, já são uma complexa embrulhada que demorará anos a resolver.

O impudente PM, suspenso em presumida competência e no desvario próprio de quem tem a alma inundada de maldade e revanchismo ideológico, teve a ousadia de fazer afirmações próprias do mais reles almanaque dos políticos impreparados e insensíveis às obrigações sociais e económicas do Estado.

Revelou, de novo, o anacrónico desprezo pelos jovens que, infelizes, deixam o Pais aos milhares – estima-se em 65.000 o número de emigrantes em idade jovem, entre Janeiro e Outubro deste ano.

Para ilustrar o desastre social que não sei quantos Coelhos e ‘Gaspares’ estão a alastrar por essa Europa, e em especial na negação de expectativas à juventude, leia-se o que o jornal holandês ‘Trouw’ publicou sobre “catorze milhões de jovens europeus que não trabalham, nem estudam”.

Portugal, por opção de Coelho, está em sintonia com este descalabro da Europa – desprezar novas gerações é criar as fundações de um futuro vazio e sem rumo.

O modelo de sociedade de Passos é aquele que sofremos no dia-a-dia, sabendo embora que nenhum político de quinquagésima categoria, falso barítono de pretensa ópera-bufa, se pode arrogar do direito de erguer e entoar a desgraça como troféu.

Ser indiferente a 13 mil crianças com fome – e sabe-se lá quantas mais! – é um acto criminoso que, acredito, um dia será punido. Pena ser pena leve, como sempre.

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