sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Henrique Monteiro, chamo-lhe ignorante

henrique monteiro
Em artigo no ‘Expresso’, no uso do legítimo direito de opinião, critica com alguma veemência aqueles que, nas redes sociais e jornais, se insurgiram contra as palavras de Isabel Jonet na SIC Notícias.
Entendo que esses outros usaram da mesma liberdade de opinião sobre o triste depoimento de Isabel Jonet – um aparte: seria interessante saber qual é o salário da benemérita senhora no BA e se o valor está em sintonia com o padrão de pobreza por si defendido.
Bom, deixemos essa questão para outra o ocasião. Como a coluna de Henrique Monteiro se intitula “Chamem-me o que quiserem”, eu opto por chamar-lhe ignorante. Com efeito, quando escreve:
“[…] da instituição privada que ela própria fundou”
está a passar para opinião pública a ideia de que Isabel Jonet, heroína tipo padeira de Aljubarrota, foi a fundadora do BA. Das duas uma, ou o Henrique Monteiro escreveu de má-fé ou é ignorante. No meu ponto de vista, é ignorante.
Para conhecer o mínimo da história do Banco Alimentar contra a Fome, e saber quem foram fundadores, com o Comandante José Vaz Pinto no topo, aconselho o Henrique Monteiro a ler este texto.
(Adenda: eliminei a afirmação de Henrique Monteiro tinha sido militante do MRPP. Era uma informação errada que me havida sido dada por alguém que também estava convencido desse facto que, afinal, é falso. Peço-lhe desculpa pelo erro.
Quanto ao restante, tenho a dizer que o texto por mim publicado foi influenciado pelo 'Chamem-me o que quiserem', da autoria do Henrique Monteiro. E, de facto, Isabel Jonet não foi a fundadora do Banco Alimentar, tendo sido ainda mais infeliz no princípio da resignação do 'vamos ter que viver mais ser pobres' na Rádio Renascença. Já gora mais pobres, menos saudáveis, diminuir a esperança de vida e fazer todo o percurso anti-social que gere bolsas de pobreza e miséria do tempo vitoriano; do qual Charles Chaplin dizia que a pobreza era uma condição social a combater, mas já a miséria era um vício e como tal...)

5 comentários:

  1. Vi e ouvi várias vezes a entrevista da Dra. Isabel Jonet e não consigo compreender os comentários que tem suscitado. Em nenhum momento faz qualquer elogio à pobreza ou ao empobrecimento. Em nenhum momento afirma ser negativo as pessoas quererem viver melhor do que vivem. O que é mau é utilizar o crédito (a que todos têm legalmente direito) para criar um estilo de vida que não é real porque não está de acordo com as reais possibilidades das pessoas. Se usarmos esse mesmo crédito para criar ou gerar riqueza estamos a entrar num círculo sustentável e gerador de progresso pessoal e familiar. Devemos criar condições para que todas as pessoas tenham acesso a uma melhoria de condições de vida.
    Parece-me que quando a Dra. Isabel diz que vivemos muito acima das nossas possibilidades não está a dizer que é mau as pessoas terem acesso aos "bilhetes para o concerto" (usando o exemplo dado). O que é mau é colocar na minha lista de prioridades esses mesmos bilhetes quando o meu saldo mensal está negativo. Estas afirmações até podem causar "repugnância" ou "abjeção", mas, são verdadeiras. Atenção que quando a Dra. Isabel diz "vamos empobrecer" não está a desejar que os portugueses continuem a ficar mais pobres. Está a constatar uma situação óbvia de que não há dinheiro. Independentemente das causas que nos levaram a esta situação (e aqui muitos nomes haveria para apontar, incluindo talvez o meu), precisamos de nos organizar e reaprender a viver com o que temos. Mas, sempre procurando criar reais alternativas sustentáveis para melhorar o acesso a todos os bens a que como Homem tenho direito.
    Não sei o que querem dizer quando se afirma "mentalidade caritativa", mas, os seus autores talvez desconheçam que a mesma pessoa que durante 20 anos procurou criar uma estrutura solidamente credível para atacar a fome de dezenas e dezenas de milhares de portugueses, também criou por exemplo um serviço educativo dentro da própria organização. O Banco Alimentar não trata apenas da fome. Procura educar na partilha e na solidariedade. Tem sido a génese da várias outras instituições que tentam reduzir a injustiça e cuidar da pessoa humana.
    A situação está difícil para todos nós, mas, não podemos perder o património que ainda possuimos. Um imenso capital humano de tantas e tantas pessoas de todas as cores políticas e de todas as convicções religiosas ou sem religião. Por favor, não vamos atacar nem difamar este nosso património. Obrigado Dra. Isabel por tudo o que tem feito por este país!

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  2. Carlos Fonseca. És um atrasado mental. Tenho pena de gente como tu...

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  3. Caim da Paz,
    Por absurdo que possa parecer, estou em sintonia com grande parte do que escreve. Contesto sim o texto do Henrique Monteiro. A Dra. Isabel Jonet, como provo, não foi a fundadora do Banco Alimentar. O empobrecimento da população portuguesa não deve ser um objectivo político como Passos Coelho anunciou; pelo contrário, o progresso e o bem estar social sólido, sem os fictícios rendimentos por concessões de crédito da banca que arrasaram os povos europeus, a partir da crise despoletada nos EUA. Veja o que, contraditaroriamente, o FMI anda agora a propalar, criticando as políticas de austeridade. A alienação da ANA e da TAP, no seguimento de outras que empobreceram o País, insere-se na caminhada do empobrecimento, custe o que custar.


    Vingador,
    Sigo o agágio chinês: "só me ofende quem eu quero". Tenha pena de si próprio.

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  4. Caro Carlos Fonseca, nunca fui do MRPP. Nunca. Quanto ao erro de Jonet ser fundadora do BA, corrigi-o assim que dei por ele. O resto é vontade de dizer mal.
    Cumps
    HM

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    1. Caro Henrique Monteiro,
      Como se impunha, através de 'adenda' rectifiquei a parte final do texto. Fui induzido em erro por um amigo, em quem já "descasquei", que o citou num lote de figuras ligadas ao MRPP - julgo que o confundiu com o Pina, agora no 'Sol'.
      Gosto de dizer a verdade, se isso às vezes é para alguns 'dizer mal', paciência. Estou saturado de um País dominado por gente social e políticamente protegida, mas intelectualmente oca ou desonesta -não é a si que me refiro, obviamente.
      Cumps
      CF
      As minhas desculpas,
      CF

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