Num país em que é normal o absurdo de comentadores políticos, quase sempre de forma favorável, analisarem os resultados da actividade desenvolvida por si próprios ou pelas formações políticas e governos a que estão vinculados, ganhámos um novo analista dentro deste género tão português: Vítor Gaspar.
Diz o ‘ministro-comentador’:
Senhor Ministro, isso já muitos de nós portugueses, mesmo o menos especializados na matéria, tínhamos percebido.
Poderia poupar o tempo em laboriosas reflexões mentais, para chegar a tão óbvia conclusão; de resto, invocada por tanta gente, mesmo afecta aos partidos no poder.
No fundo, vem dizer-nos: se as contas não dão certas (80% de derrapagem nas receitas fiscais, 70% de desvio nas contribuições para a Segurança Social, 50% de desvio nas despesas do subsídio de desemprego), a origem dos erros não deriva dos valores dos resultados, mas sim do modelo que nos conduziu a uma quebra do PIB de 3,4% no 3.º trimestre, a uma taxa de desemprego de 15,8% muito acima dos já elevados 12,4% quando tomou posse; e mais um ror de desaires económicos e sociais que, pelos vistos, só se revelam como sucessos teóricos nas folhas de cálculo da ‘super equipa das Finanças’.
Já experimentou dizer à ‘troika’ que o modelo é um ajustamento desajustado ou, fruto de uma idiossincrasia irracional como muitas outras, vai continuar no mesmo caminho, em 2013, a destruir o país?
Antes de comentar, lembre-se que, como Ministro das Finanças, é o primeiro responsável pelo desastre, embora sob responsabilidade do duo ‘Passos e Portas’.
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