Um rosto da miséria |
O idiota da mota... Soares manifestou-se
muito, muito satisfeito, com o saldo orçamental positivo da Segurança Social. O regozijo era tanto que, em vez do habitual discurso aos solavancos, a fala do
homem saiu-lhe fluída – nunca lhe sucedera na vida que, na articulação da voz,
a boca, da língua e da mucosa aos ossos maxilo-mandibulares, se soltasse tão
harmoniosamente.
Entretanto, diz o povo, ‘o bem de
uns é o mal de outros’. Para o governo, a dança dos números próprios de
políticas anti-sociais é sinal de enorme sucesso. Todavia, no caso de
traduzirem pobreza e miséria a esmo, a indiferença e o assobiar para o lado são
os comportamentos mais comuns. Do governo e das bancadas dos partidos da
maioria, diga-se.
A situação penosa a que Portugal
foi conduzido por este governo é revoltante. No País, e considerando o universo
de desempregados escrutinados pelo Eurostat, impreciso por insuficiência como
sabemos, existem
mais de 442.000 desempregados sem qualquer subsídio.
O governo, na circunstância,
ufana-se de ter reduzido de 499,93 para 478,09 euros o valor médio das
prestações a desempregados. O número de cidadãos e famílias carenciadas – adultos e
crianças – é elevado e continua a crescer. Isto, de resto, é sublinhado pelas
inúmeras organizações privadas que, voluntariamente, prestam assistência diária
a milhares de desvalidos.
Passos e Portas, seus ministros e
ajudantes não têm, de facto, o menor pudor. Que dizer, por exemplo, ao Pires
ex-vendedor de sumos e cerveja, ao ouvi-lo nas televisões classificar de “profetas
da desgraça” quem se revolta com tamanhas desumanidades? Dizer-lhe que é um criminoso e que deveria ser punido judicialmente - isto, pelo menos.
Já que não se fez no passado, até no recente, é sempre oportuno iniciar aplicação do castigo a quem comete crimes graves na governação.
Já que não se fez no passado, até no recente, é sempre oportuno iniciar aplicação do castigo a quem comete crimes graves na governação.
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