sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

PIB, o gráfico que conta

INE e Eurostat publicaram dados relativos ao comportamento da ‘economia’ em Portugal e na Zona Euro + UE28, respectivamente.
É, de facto, boa notícia que o PIB do 4.º T de 2013 tenha registado o crescimento de 1,6%, o mais elevado desde 2010, último ano da governação de Sócrates.
Assinale-se que este crescimento, segundo o INE, foi determinado em larga medida pela Procura Interna (Consumo Privado). Possivelmente, as “malditas” – segundo o governo - decisões do TC, em relação aos cortes de subsídios, permitiram justamente recuperação do poder de compra dos consumidores e melhoria do consumo. 
Qual será o resultado em 2014 (previsão de +0,8%) com os cortes de rendimentos estabelecidos no OGE2014? Ainda no que respeita à venda de automóveis, pergunta-se: qual o peso das aquisições pelas empresas de ‘rent-a-car’ nas compras totais, em ano favorável da actividade turística? A quebra de concorrência do Egipto, da Tunísia, da Turquia e da própria Grécia favoreceram as actividades do sector em Portugal e Espanha.
Há uma observação que não pode deixar de ser lançada para o debate: o vector seleccionado pelo Governo para o crescimento privilegiava as exportações e, no fim de contas, a procura externa líquida registou uma deterioração, devido ao crescimento das importações.
Já começamos a ficar habituados a que este governo, com desvios para cima, para baixo, para a esquerda e para a direita, falhe. Não venham agora os senhores ministros, ajudantes e comentadores televisivos favoráveis à coligação argumentar que o governo se esforçou até à exaustão para melhorar as condições de vida e de consumo dos portugueses. Seria falta de escrúpulos.
A informação do investimento do INE é escassa, mas o aumento, se existiu, foi limitado.
No final, o que verdadeiramente conta é o PIB anual  de – 1,4%, quando o governo admitia – 1,8%. Mas, a pura das verdades é que desde o início da governação Passos e Portas se registou o terceiro ano consecutivo de contracção económica.
Um último aviso: não contem muito com a Zona Euro, cujo PIB diminuiu - 0,4%, e com alguns dos países emergentes, Brasil por exemplo, onde o ambiente para as nossas exportações está a ficar toldado.   

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