Na Convenção Nacional do Partido
Popular (PP) espanhol, em Valladolid, a presença portuguesa assimilou-se a um ‘sketch’
de comédia política. O representante do maior partido da coligação
governamental (PSD), Fernando Ruas, foi arrumado para os fundos da sala. Ficou
na geral. Quando foi anunciando que iria falar o PM português, Pedro Passos
Coelho, surgiu das primeiras filas da plateia Paulo Portas, para usar da palavra.
Com reforçada jactância e meneios
habituais, o vice-PM, em jeito de incontida exuberância, exibiu as qualidades de poliglota:
falou em português, castelhano e inglês – ‘Portugal is back!’ – E ‘back’ para
Portas é sacramental. O mais revogado dos irrevogáveis ministros portugueses,
com garbo e pujança, demonstrou ao galego Rajoy e companheiros que estava ali
para tonificar de euforia a audiência.
Das frases que mais entusiasmaram
a sala, destacou-se esta:
O Portas populista, e sem ponta
de vergonha do incumprimento de promessas feitas aos eleitores reformados,
pensionistas e contribuintes, está de regresso (is back). Claro que a um
populista, por falta de decoro, não é difícil omitir os gastos com a compra dos
submarinos e outros equipamentos militares em processos nublosos, nem o caso ‘Portucale’ em que tiveram envolvidas
figuras gradas do CDS-PP – naturalmente, com a sua conivência – e que deu origem
à célebre lista de verbas doadas ao partido, a tal do Jacinto Leite…
O triste auditório animou-se com
o ‘entertainer’ Portas, esquecendo por momentos, que Espanha poderá estar à
beira de um processo de fragmentação, com a eventual independência
da Catalunha, à qual poderão seguir-se outros fenómenos de separatismo
(País Basco).
Vulgaridades, hipocrisia e
demagogia são os instrumentos capazes de fazer os papalvos esquecer os
problemas complexos do País e das condições de vida a que estão submetidos.
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