Tenho apreço pela SIBS. Talvez por responsabilidade própria, a
tecnológica nacional jamais deu à opinião pública a imagem, suficientemente
forte, de ser exemplar, a nível mundial, em serviços de movimentos em ATM’s
(MB), pagamentos por cartões débito e crédito; e ainda ser pioneira no
pagamento electrónico na ‘Via Verde’ – auto-estradas e parques automóveis.
Na rede do MB, e especificamente
no funcionamento integral e homogéneo na totalidade da banca portuguesa,
beneficiou de ter concebido e lançado o serviço quando a banca estava
nacionalizada – havia um accionista único, o Estado, e a tomada de decisão foi
automática, facilitando a integração e a coesão do novo serviço.
Nos tempos actuais, a diferença
atenuou-se, mas quem viajava com frequência, por motivos profissionais, sabia
bem que, em Portugal, poderia percorrer distâncias entre Valença do Minho a
Vila Real de Santo António sem um cêntimo – antes era um tostão – no bolso.
Bastava o cartão de débito ou de crédito e uma ATM para aceder a dinheiro vivo.
Os bancos, por sua vez, passaram
a ficar enormemente beneficiados com estes serviços tecnológicos. Os clientes
da banca, eles próprios, levantam dinheiro, fazem transferências, realizam
pagamentos de facturas de serviços diversos, de impostos, recarregam telemóveis
e retiram extractos sem a intervenção de qualquer funcionário bancário.
Tudo isto a par de outros
instrumentos tecnológicos mais complexos e que funcionam internamente e em
conexão à escala mundial foram decisivos para a banca reduzir drasticamente o
número de trabalhadores e, consequentemente, os gastos com salários. Não se
entende por que razão, de volta e meia, é levantada a hipótese de taxas por
utilização de caixas MB, dados os benefícios que os bancos colheram.
Todavia, em Portugal, tanto ou mais
do que os bancos, quem ordena são os merceeiros e esses vencem toda a gente,
mesmo as sociedades tecnológicas, caso da SIBS.
O ‘Pindo
Doce’, do demagógico e falso patriota Alexandre Soares dos Santos, ufana-se
agora de ter ganho 5 milhões com a rejeição de efectuar recebimentos através de
cartões, de débito ou de crédito, em compras até 20 euros.
Sem romantismos, e a despeito de
detestar os dois grandes merceeiros da era moderna, tenho de entender que, em
conjunto com as atrocidades que fazem aos fornecedores, cumprem o seu papel:
ganham dinheiro – o Continente ainda não estabeleceu limite mínimo, esclareça-se.
Também é surpreendente que o
presidente do CA da SIBS, o mediático Dr. Vítor Bento, e a sua equipa não
tenham actuado a tempo de se juntarem à banca e renegociarem as taxas de 0,2%
para os cartões de débito e 0,3% para os de crédito – talvez reduzindo
drasticamente essas taxas em pagamentos inferiores a operações até 20 euros e concedendo
prémios, através dos bancos, aos utilizadores pudessem evitar uma praga que o velho Alexandre anunciou, o filho Pedro prosseguiu e até o chinês próximo de
minha casa copiou.
São desinteressadas opiniões, de
quem pensa que as tecnologias são a via privilegiada de desenvolvimento do País e não voltarem os coitados dos portugueses a sujeitar-se aos
trocos muito miudinhos e por vezes muito aguardados – o tempo de espera, porque
a menina da caixa não tem troco, também conta para a satisfação do cliente, na qualidade do
serviço.
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