A herdeira do angustiado Gaspar –
4.º da ‘troika’? Primeiro, primeiríssimo – acedeu à tribuna em Bruxelas, em
seminário da OCDE. Da tímida amanuense estreante na governação, subtilmente Maria
Luís Albuquerque tem-se transformado em figura sentenciosa mas limitada às
finanças públicas.
De economia, cujo sistema é determinante
na produção e distribuição de riqueza, nem uma palavra quanto mais ideias.
Ao fazer o expurgo da retórica
financista, retivemos algumas afirmações que reproduzimos e comentamos:
“A união bancária é a prioritária das reformas na Europa.”
Poderá ser, mas a Alemanha
entende que não tem prioridade nem é necessária e, assim sendo, o melhor é a
Dona Albuquerque esperar sentada e longamente pela negação explícita –
implícita já é – da Dona Merkel e do Herr Schäuble.
“Sobre as reformas estruturais, há que olhar com satisfação para os resultados.”
Que resultados? Estes por
exemplo:
- A dívida pública em 2013 teve um agravamento para 129,4% do PIB.
- O PIB de 2013, com – 1,4%, registou nova contracção, a terceira desde que o actual governo entrou em funções.
- Uma taxa média de desemprego fixou-se, em 2013, em 16,3%.
- O défice, muito trabalhado em termos de engenharias como o perdão fiscal, tende a fixar-se em torno dos 5% - a meta inicial era de 3%, depois 4,5% e, por último, 5,5%.
- Ter acesso ao mercado a uma taxa de 5,11% / ano, para a dívida a 10 anos, ao passo que a Irlanda para idêntico prazo paga cerca de 3,20%.
Outro factor decisivo para a
opção irlandesa: a evolução da economia que, digo de novo, nem uma palavra
merece à Dona Albuquerque.
E se imaginam fazer crescer a
Economia de Portugal com base em baixos salários e exportações, há
gente muito habilitada a contrariar a ideia. De facto, o PIB em 2013
melhorou de – 1,8%, previsão do governo, para – 1,4% com considerável contributo
da Procura Interna (Consumo Privado, em especial).
A "Aeconómica" Maria Luís Albuquerque no discurso do curto e do óbvio.
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